Armazenamento em bags exige mais espaço que o utilizado com sacas de 60 quilos de café
A Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), localizada no Sul de Minas, continua investindo na ampliação da área de armazenagem de café. O aporte neste ano está estimado em R$ 40 milhões. A expectativa em relação ao mercado são positivas. Com a quebra da safra em decorrência da estiagem, a tendência é de recuperação dos preços ao longo deste ano.
De acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino, o investimento na ampliação dos armazéns permitirá a manutenção do crescimento da cooperativa. O representante da cooperativa não divulgou a capacidade atual de armazenagem, nem o índice de aumento a ser obtido com a expansão. "A ampliação também é necessária porque a entrega e o armazenamento em bags exigem mais espaço que o utilizado com as sacas de 60 quilos", ressaltou.
Apesar de demandar maior espaço, a armazenagem da produção em bags garante agilidade no processo e reduz os custos da cooperativa. Segundo a Cooxupé, a economia gerada em sacaria é de cerca de R$ 18,5 milhões em um ano. Além disso, a economia de energia elétrica é suficiente para iluminar uma cidade de 100 mil habitantes.
"Há alguns anos, todo o café da cooperativa era transportado em sacarias, o que onerava a empresa. Antes, seis funcionários demoravam 48 minutos para encher um caminhão. Hoje, um trabalhador carrega um caminhão em apenas 22 minutos. A economia de recursos e da agilidade do processo é enorme", disse Paulino. Para ele, o investimento em logística é fundamental para que a cooperativa continue registrando lucro e ganhe competitividade nos mercados nacional e internacional.
Logística - "Você tem que investir na logística para ter ganhos, reduzir custos e ter competitividade. Quem não conseguir fazer isso, vai ficar de fora do mercado. A Cooxupé tem investido em uma série de inovações tecnológicas e de procedimentos, o que nos permite manter o crescimento e o posto de maior cooperativa exportadora de café do País", enfatizou.
Em relação ao mercado, os preços praticados até o momento, média de R$ 438 por saca, ainda não são suficientes para cobrir os prejuízos provocados pela estiagem e garantir lucro significativo para os cafeicultores. Porém, a expectativa é de valorização ao longo do restante do ano, já que a safra será menor.
"Os preços precisam valorizar para compensar a quebra. O produtor ainda acredita na recuperação de valores, por isso, a comercialização da safra está muito lenta. Quem pode, está segurando o produto à espera de preços melhores. Sabemos que a safra deste ano será insuficiente para atender os mercados interno e externo. Além disso, o mercado internacional está com volume de café controlado, sem sobras, por isso, a lei da oferta e da procura vai vigorar", avaliou.
A Cooxupé deve receber na safra atual um volume correspondente a 5,5 milhões de sacas da café. Desse total, 4,2 milhões serão entregues pelos cooperados e 1,3 milhão por terceiros.
"Ainda não foi possível apurar qual a queda na produção, porque a colheita ainda não foi concluída, mas que a produção será menor já é certo. O volume recebido pela cooperativa não vai cair, isto porque ampliamos a nossa atuação. O principal problema enfrentado é em relação ao tamanho dos grãos, que estão menores, sendo necessário um maior volume de café para compor a saca de 60 quilos", explicou Paulino.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG