Confecção mineira precisa mudar de perfil

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                                    Para o Sindimalhas-MG, empresas devem mirar mercados com expansão mais sustentável e ampliar canais de vendas



Para driblar a retração da economia e acompanhar as mudanças e tendências do mercado brasileiro, a indústria mineira de confecção precisaria mudar o perfil de sua estrutura comercial, focar em mercados com crescimento mais sustentável, readequar a produção e ampliar os canais de vendas. A avaliação é do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas-MG), Flávio Roscoe.

Segundo ele, o desafio é grande, mas traria a solução para as perdas que o setor vem enfrentando nos últimos anos. "A confecção mineira está muito voltada para o canal de vendas multimarcas que, infelizmente, na estrutura do comércio atual, é o que menos cresce e que, inclusive, chega a retrair. Enquanto isso, as grandes redes de varejo têm apresentado grande ascensão. Assim como o e-commerce", afirma.

Como conseqüência, o segmento vem amargando perdas e realizando demissões nos últimos anos e em 2015. Para se ter uma ideia, de janeiro a maio deste ano as vendas caíram 30% ante igual período de 2014. A saída para esta situação, conforme o presidente do Sindimalhas-MG, é mudar a concepção de mercado e direcionar as vendas para grandes redes e o comércio eletrônico.

"É o que garantiria um melhor posicionamento da indústria", defende. A expectativa é que a indústria de confecção mineira encerre 2015 com retração próxima aos 30% nas vendas em relação ao ano passado. Ao todo são mais de 6 mil empresas em atividade em todo o Estado e 170 mil empregos em toda a cadeia.

Para isso, no entanto, ele ressalta que seria necessária uma readequação da estrutura produtiva do setor, uma vez que a forma como as confecções atuam junto às grandes redes se difere do comportamento para as tradicionais multimarcas. "Seria importante as empresas se estruturarem, porque o ciclo de consumo, o período de compras e as coleções são diferentes", explica.

No entanto, vale ressaltar que levantamento do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) sobre o setor aponta problemas como a falta de incentivos para renovação do parque industrial e a necessidade de melhoria dos processos industriais, dificuldade de exportação e mão de obra pouco qualificada. Como pontos fortes, o estudo indica, por exemplo, a rede de serviços tecnológicos disponível para a indústria têxtil e de confecções.

Na última semana, representantes da indústria têxtil e de confecção do Estado se reuniram para discutir essas oportunidades e problemas do setor, em mais uma etapa do Programa Competitividade Industrial Regional (PCIR), com o objetivo de conhecer, analisar e identificar oportunidades de desenvolvimento em setores estratégicos para a economia mineira.

Ao todo, 21 segmentos industriais estão sendo estudados. A partir das propostas levantadas nos encontros setoriais, serão elaborados planos regionais, que servirão de base para o desenvolvimento da indústria nas diversas regiões de Minas.



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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