Vendas de ar-condicionado avançam

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Representantes do setor acreditam que a baixa participação do produto nos lares brasileiros e as altas temperaturas vão sustentar as vendas mesmo diante de uma cenário econômico adverso

 



As vendas de ar-condicionado devem avançar este ano, mesmo com o aumento da conta de luz e o crédito restrito, acreditam fabricantes. A baixa participação nos lares e as altas temperaturas devem impulsionar as vendas. A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), projeta crescimeno de 12% nas vendas neste ano. Em 2014, houve alta de 21%, aponta a Abrava, sem detalhar os números.

A Samsung, que fabrica o produto no País desde 2010, viu as vendas de ar-condicionado crescerem 15% no ano passado e espera repetir o desempenho em 2015. "O ar-condicionado está bastante demandado, com o calor estimulando mais as vendas", afirma o chefe da área de Digital Appliance da companhia, Adelson Coelho. Para ele, a restrição do acesso ao crédito impacta o segmento, mas o consumidor tem ajustado o orçamento para garantir a compra.

"A alta na tarifa de energia elétrica também preocupa, mas nós oferecemos produtos mais econômicos como resposta a isso", diz ele. O preço desses produtos, entretanto, é superior, pondera Coelho. "A vantagem é a economia de 40% de energia. Com isso, o consumidor tem o retorno do investimento na conta", explica o executivo.

Migração


Segundo Coelho, a fabricante espera que a alta na tarifa de energia não afete as vendas, mas leve a uma migração para versões mais econômicas.

A Electrolux também aposta em linhas mais econômicas para garantir as vendas, como a linha inverter, que economiza até 40% de energia. "Essa linha cresceu mais de 20% no último ano, mesma taxa de crescimento da categoria de produtos como um todo", conta a gerente de produto da empresa, Mariana Marcondes.

Para 2015, a Electrolux espera um incremento das vendas próximo da taxa de 2014. Na LG Electronics, os produtos da linha inverter representaram 20% das vendas em 2014. "Essa migração tem sido observada, mas não sabemos se essa tecnologia chegará a representar 100% do mercado", avalia o diretor de vendas da LG, Lúcio Bacha. No ano passado, as vendas de ar-condicionado da LG avançaram 39% e a previsão da companhia para este ano é crescer 15%.

De acordo com a Abrava, o modelo split ainda detém a maior fatia do mercado doméstico, com 56% de participação, enquanto o inverter representa 11% do segmento.

Estratégia

O vice-presidente de Relações Institucionais da Whirlpool Latin America (Brastemp e Consul), Armando Valle, vê na oferta de climatizadores outra opção para consumidores que buscam baixo consumo de energia. "Vendemos climatizadores que gastam a mesma quantidade de energia que uma lâmpada de 70 watts."

A companhia norte-americana não revela a projeção de crescimento das vendas, mas Valle afirma que a produção tem aumentado para acompanhar a expansão do segmento.

"Nós oferecemos climatizadores como uma estratégia para ampliar a presença nos pontos de venda", afirma Mariana Marcondes, da Electrolux. Para ela, o climatizador é como uma porta de entrada para o consumo da categoria. "O conhecimento do consumidor sobre a categoria ainda é baixo, então ele começa pelo climatizador e depois tende a migrar para o ar-condicionado."

Na avaliação de Lúcio Bacha o padrão de consumo dos clientes evolui constantemente. "Essa mudança aparece no aumento da taxa de participação do produto nas residências", observa ele. A Abrava estima que apenas 15% das casas tenham o produto.

"Esse ainda é um mercado verde, com muita oportunidade", conta.. Para ele, por não se tratar de um produto de reposição, o ar-condicionado acaba sendo menos impactado pelo cenário econômico.

O executivo também atribui ao ingresso do consumidores da classe C na categoria o incremento nas vendas. "A vendas dos modelos split nas grandes lojas ajudou a popularizar o produto", acredita.

A gerente de produto da Electrolux acredita, porém, que o consumo do produto ainda é puxado pelos consumidores de maior poder aquisitivo, por ter um preço elevado. "O que mudou foi o momento da compra, que deixou de ocorrer apenas quando o consumidor compra um imóvel ou realiza uma reforma", explica a executiva.

Mas a compra do produto, segundo Mariana, ainda é sazonal, diferente das concorrentes. Na Samsung a queda nas vendas depois do Verão foi menos acentuada em 2014 e a expectativa repitir o movimento neste ano. A LG, por sua vez, vê oscilações menores comparado a outros países e a Whirlpool destaca que a sazonalidade varia muito regionalmente.



Veículo: DCI


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