Empreendedores do Brasil inteiro ganham a chance de alavancar seus negócios e contribuir de forma mais expressiva com soluções de impacto social. A oportunidade vem por meio de uma parceria entre a Coca-Cola e a Artemisia, organização sem fins lucrativos que tem a missão de potencializar talentos para a geração de negócios inovadores. Juntas, as organizações estão promovendo o Projeto Coca-Cola Up, que vai selecionar pelo menos duas startups com propostas de impacto social e incorporá-las ao coletivo Coca-Cola Brasil, que já desenvolve trabalhos sociais em 550 comunidades no país.
O gerente de negócios sociais da Coca-Cola, Pedro Massa, explica que o projeto surgiu da demanda levantada durante o trabalho que já é desenvolvido pela marca nas comunidades no Brasil. Enquanto atuavam principalmente com jovens e mulheres de baixa renda, os profissionais da Coca-Cola perceberam um grande número de empreendedores sociais. De acordo com Massa, eles surgiam dentro das comunidades e mostravam ideias e soluções muito eficientes, mas não conseguiam abrir uma empresa ou colocar o projeto em prática.
"Então pensamos que se nós conseguíssemos contribuir para que esses empreendedores tivessem impacto social em escala, então todos ganharíamos. Eles teriam um grande começo para suas startups sendo conectados à nossa rede de relacionamento e também agregariam muito às iniciativas que temosõ, afirma. O gerente afirma que não há uma definição sobre o que cada startup vai ganhar com a inclusão ao coletivo da marca. Ele explica que isso depende do que elas irão precisar para crescer.
"Vamos analisar as alavancas necessárias para trazer mais escala e impacto às startups. Pode ser investimento, parcerias, mentoria ou conexão com parceiros da Coca-Cola", diz. Massa também destaca que além do ganho óbvio do impacto social atrelado à marca da empresa, a Coca-Cola vai ganhar em experiência na relação com esse formato de empresa. Ele afirma que esses empreendedores fazem parte de uma geração muito conectada à tecnologia, que têm processos de trabalho inovadores e, portanto, vão contribuir com a empresa.
Segundo Massa, as inscrições começaram há um mês e vão até o dia 25 de janeiro. Até agora, a empresa recebeu cerca de 400 propostas, número que ainda deve crescer até a data limite. A previsão inicial é selecionar duas startups, mas o gerente afirma que esse número pode ser maior, caso cheguem mais propostas com grande potencial de impacto. Devem concorrer startups com potencial de escala e de inovação e capacidade de oferecer soluções em três áreas: empregabilidade, empreendedorismo e práticas pedagógicas.
Massa destaca a importância de apoiar propostas na área social e afirma que toda empresa deveria considerar isso em suas metas. "Não existe negócio desvinculado de questões sociais: qualquer empresa deve se preocupar com isso", frisa. Ele afirma que o empreendedorismo social tem crescido muito no Brasil e a tendência é que ele continue expandindo. "O potencial desse segmento no país é enorme, pois o Brasil tem um forte índice de empreendedorismo e, ao mesmo tempo, grande desafios sociais. Então a proposta é resolver essas questões fazendo negócios", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - MG