A comerciária Lourdes Carvalho, 63 anos, arruma produtos da cesta básica em banca no Mercadão
Gangorra de preços faz quilo de tubérculo subir até 21% em novembro; custo médio da cesta na RMVale aumentou pouco
Cesta familiar
Em novembro, o custo da cesta no Vale teve aumento de 0,28% em relação ao mês de outubro deste ano
alta
Aumentaram de preço os seguintes produtos:
Batata: 21,41%
Tomate: 17,94%
Mamão Formosa: 10,20%
Laranja Pera: 6,09%
Pão Francês: 5,05%
Açúcar: 0,97%
Carne Bovina: 0,13%
Queda
Baixaram de preço os seguintes produtos:
Feijão Carioquinha: -8,71%
Abobrinha: -7,50%
Cebola: -5,73%
Ovos: -2,63%
Leite: -0,77%
Contribuição por item
Alimentação: 0,25%
Higiene Pessoal: 0,02
Limpeza doméstica: 0,01
Total: 0,28%
custo por cidades
o preço da cesta básica no mês de novembro, por cidade:
Taubaté: R$1.121,85
São José dos Campos: R$1.125,25
Caçapava: R$1.107,87
Campos do Jordão: R$1.124,67
RMVale: R$1.119,91
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Batata, tomate e mamão foram os itens da cesta básica que mais subiram de preço em novembro nas cidades da RMVale, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Universidade de Taubaté. O preço do quilo de batata chegou a aumentar até 21% em relação a outubro.
O custo total da cesta, porém, aumentou pouco: 0,28%, em média. Em outubro, ela custava R$ 1.116,79 e agora custa R$ 1.119,91.
Mais caros.
A batata foi o produto que mais encareceu. Com queda de 15,54% em outubro, o tubérculo subiu 21,41% em novembro, o que o lhe garantiu o título de "vilã" da cesta básica.
Em seguida está o tomate, 17,94% mais caro por causa de chuvas frequentes na época da colheita de inverno.
Em terceiro lugar, o item da cesta mais caro é o mamão formosa, que ficou 10,20% mais caro graças à redução da oferta da fruta.
"A gente vê algumas diferenças no preço, fica mais caro, depois abaixa de novo, depende da época", diz a artesã Raquel Pires de Carvalho, de 46 anos, que chegou a pagar R$10,00 pelo quilo do tomate.
São José dos Campos ainda é líder entre as cidades com maior valor de cesta básica: R$1.125,25. Em Caçapava, a cesta custa R$1.107,87. A média de preço na RMVale é de R$1.116,79.
"As coisas estão todas caras. Costumo ver o preço e a qualidade, porque não adianta comprar algo muito barato mas que não tem qualidade", diz a dona de casa Fátima Francisca, de 52 anos.
A laranja pera, o pão francês, o açúcar e a carne bovina também estão mais caros, com aumentos de 6,09%, 5,05%, 0,97% e 0,13%, respectivamente. Entre os itens que baixaram de preço estão o feijão carioquinha, que teve redução de 8,71%, a abobrinha, que reduziu -7,50% e a cebola, que diminuiu de preço em 5,73%.
Para o economista e pesquisador do Nupes, Luiz Carlos Laureano, o aumento se dá por questões climáticas.
Chuvas.
"É natural que agora em dezembro os preços aumentem por causa do aumento do consumo. Este é um problema de oferta pequena, mas, sobretudo uma questão climática. O tomate é muito sensível, a qualidade do produto não fica boa", diz.
"É bom tentar substituir esses itens. Tem época que é de um produto e época que é de outro", acrescenta.
Para o professor de economia Roque Mendes, se depender apenas de uma questão econômica, e não climática, os produtos devem ficar mais baratos. "Não há tendência para continuar aumentando porque o governo chegou ao que poderíamos chamar de topo da taxa selic (taxa usada como base para a cobrança de juros)".
Veículo: O Vale