Suape comemora recorde na movimentação

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O Complexo Industrial Portuário de Suape (distante 50 km do Recife) vai fechar 2013 com recorde na movimentação de cargas. No ano em que completa três décadas e meia de história, o porto registra 12 milhões de toneladas, um aumento de 13,1% sobre 2012. Para o próximo ano, a projeção é otimista, pois indica que a movimentação de cargas alcançará em torno de 30 milhões de toneladas, içada pelo início da operação da Refinaria Abreu e Lima, que começa a receber petróleo e a transportar derivados.

O presidente de Suape, Márcio Stefanni, diz que o porto terá mais performance na movimentação de cargas nos próximos anos, motivada pela chegada de empreendimentos de grande porte, como o complexo petroquímico da Petrobras, os estaleiros, indústrias de equipamentos para geração eólica e outros. A partir de 2014, o crescimento passa a ser exponencial, passando de 12 milhões para 30 milhões e com perspectiva de chegar a 50 milhões (2016), 60 milhões (2020) e 90 milhões em 2030.

"O aumento na movimentação de cargas é resultado de um esforço para aprimorar a gestão portuária. Reconhecido como um dos melhores portos públicos do Brasil, Suape conseguiu reduzir, este ano, o tempo médio e operação de navio de 3 para 1,9 dia. Isso graças a implantação do Programa Porto 24 horas, que permite não só o porto, mas também os órgãos anuentes (Ministério da Agricultura, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Polícia Federal), a operar ininterruptamente".

Conforme Márcio Stefanni, outro ganho para Suape foi a autorização da Marinha para que navios de maior porte atraquem no terminal. Antes era permitida a atracação de embarcações com até 165 metros de comprimento, mas agora aumentou para 185 metros. A construção de dois píeres de granéis líquidos (PGLs), com investimento de R$ 366 milhões vão atender à demanda d e movimentação de combustíveis da Refinaria Abreu e Lima. Os PGLs permitiram a realização da primeira operação com carga de petróleo, em Suape, em novembro. Foram movimentadas 13,5 mil toneladas de óleo.

Investimentos


Além das operações portuárias, Suape também é um complexo industrial. Hoje, 105 empresas estão instaladas e outras 45 estão em implantação na área de 13,5 mil hectares pertencente ao estado. "De 2007 até 2013 conseguimos captar 70 empresas. Esses empreendimentos somam investimentos provados da ordem de R$ 50 bilhões e geram 25 mil empregos diretos", destaca Stefanni, lembrando que Suape representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco.

Suape agrega dez polos industriais distribuídos em combustíveis, naval e offshore, refino de petróleo, petroquímico, construção, bebidas e alimentos, automóveis, energia eólica, logística, siderurgia e metalomecânica.

No primeiro semestre do próximo ano, a previsão é que novas indústrias deverão iniciar suas operação no complexo, dentre elas uma montadora de motocicletas da chinesa Shineray, a espanhola Aguilar y Salas (fabricante de tanques e reatores) e a Cristal PET (especializada na fabricação de pré-forma, que depois de soprada se transforma em embalagem PET).

Para garantir a infraestrutura necessária à implantação dos empreendimentos, o Porto de Suape se transformou em um canteiro de obras permanente. De 2007 até o final de outubro foram investidos R$ 1,9 bilhão em obras de infraestrutura, com investimentos dos governos estadual e federal. As obras incluem novos acessos viários, construção de cais e pátios públicos, dragagens e reforços dos cabeços (essenciais para a atracação dos navios com segurança).

Socioambiental


Maior polo de atração de investimentos do estado, um dos principais desafios do Complexo de Suape é manter o ritmo de crescimento frenético, com responsabilidade social e ambiental. No cadastramento social realizado pela empresa em 2009 para nortear o plano diretor de 2014 foi registrada a existência de 7 mil famílias vivendo nos 13,5 mil hectares de área de Suape.

São principalmente pescadores e agricultores, que habitavam a região antes da criação da empresa, mas que precisam ser indenizadas e retiradas de áreas onde estão sendo implantadas as indústrias. De 2007 a 2013, Suape pagou R$ 62,7 milhões em indenizações aos posseiros.

Na área ambiental, desde 2011 Suape ampliou de 48% para 59% sua área de proteção ambiental, estabelecendo a meta também no plano diretor (com horizonte até 2030). Também em 2011 realizou um diagnóstico de toda a sua Zona de Proteção Ecológica, apresentando um planejamento das áreas que necessitam de manutenção e recuperação. A implantação de grandes empreendimentos, como a refinaria e os estaleiros, promoveu uma redução das áreas de mangue, restinga e mata atlântica.

A diretoria do complexo diz que em 2011 restaurou 214 hectares de mata atlântica, 61 hectares de restinga e nove de mangue. A meta até o final do primeiro semestre de 2014 é restaurar 686 hectares de vegetação. Um dos principais planos ambientais para 2014 é implantar três Unidades de Conservação Ecológica, totalizando 2,731 hectares. O projeto de sustentabilidade inclui, ainda, um projeto de educação ambiental. De 2010 até outubro deste ano foram capacitadas 2.600 pessoas, dentro do Programa de Pedagogia Ambiental. "O tripé da nossa visão de futuro para Suape é apostar no econômico, social e ambiental", diz Stefanni.

Outros portos

O setor portuário tem despertado a atenção do governo, tanto que está prevista uma reunião extraordinária no Tribunal de Contas da União (TCU), amanhã (10), para liberar a publicação dos editais dos portos de Santos e do Pará. Já a análise de dois trechos de ferrovias - entre Açailândia, no Maranhão, e Barcarena, no Pará, e entre Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, e Campinorte, em Goiás, que estão em estudo no TCU, deverá ficar para o ano que vem, conforme o TCU.



Veículo: DCI


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