Consumidor receptivo facilita diversificação

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Alimentos: Indústria aumenta portfólio para ter maior rentabilidade e mais peso na negociação com o varejo

 

Claudia Bonan diz que o brasileiro gastou R$ 290 milhões em gelatina em 2009: "A Fleischmann não poderia ficar de fora"É comum o consumidor entrar no supermercado e sair de lá com mais produtos do que pretendia comprar. Nos últimos dois anos, pode-se dizer que isso tem acontecido - de certa forma - também com as empresas de alimentos. Elas não têm mais um produto só nas prateleiras dos supermercados. A ordem é diversificar.

 

Quem fabricava só óleo de soja, hoje vende azeitonas, azeites, massas e molho de tomate. A indústria que se concentrava apenas em massas, hoje vende biscoitos e queijo ralado.

 

Há um fator que tem estimulado as empresas a aumentar portfólio: o consumidor está receptivo e tem mais poder aquisitivo para comprar novidades.

 

"A indústria de alimentos tem buscado oportunidades em mercados que estão em crescimento", diz Eugênio Foganholo, sócio da Mixxer Consultoria, especializada em varejo.

 

Para a indústria de alimentos, a diversificação aumenta a rentabilidade da empresa. "Uma companhia que fabrica cinco produtos, pode, com os mesmos custos fixos, fabricar dez", exemplifica Foganholo. "Os custos não sobem na mesma proporção", acrescenta.

 

"Não teríamos o tamanho que temos hoje se continuássemos com um produto só", diz Marcelo Cereser, diretor da Vinagres Castelo, que por conta da diversificação mudou até a razão social da empresa para Castelo Alimentos.

 

Com sede em Jundiaí, no interior de São Paulo, a Castelo que vendia apenas vinagres hoje tem um leque de produtos que vai de molhos para salada a temperos em pó, incluindo azeites e vinagre balsâmico.

 

Os temperos, molhos e conservas representam atualmente 8% do faturamento da Castelo e até o final de 2010 a expectativa é chegar a 12%. A Castelo espera vender 8% mais esse ano, chegando a R$ 53,7 milhões.

 

A tradicional fabricante de fermentos Fleischmann, que em 2008 começou a atuar no segmento de sobremesas, lançou na semana sua linha de gelatinas - produto que responde por cerca de 90% da categoria sobremesas.

 

"A marca Fleischmann busca atuar em categorias que têm sinergia com a identidade da marca", diz Clauda Bonan, gerente de marketing da AB Brasil, que controla a Fleischmann.

 

"O consumidor brasileiro gastou no ano passado R$ 290 milhões na compra de 329 milhões de caixinhas de gelatina, ou seja, é um mercado bastante promissor que a Fleischmann não poderia ficar de fora", completa a executiva. A expectativa da empresa é atingir entre 3% a 5% do mercado da guloseima em um ano.

 

Se a empresa já é dona de uma marca forte, como é o caso do açúcar União, a expansão da linha para outros produtos ganha uma vantagem adicional.

 

"Um produto acaba alavancando a venda de outros", diz Foganholo. É por isso que a Cosan Alimentos, controladora das marcas União e Da Barra, tem planos de entrar em outras categorias do setor de alimentos. A companhia não dá detalhes, mas diz que fará aquisições.

 

Outra razão que tem levado empresas a aumentar o portfólio é a relação com o varejo. "Quanto mais produtos a indústria puder oferecer, mais poder de negociação ela tem com o supermercadista na hora de estipular descontos, promoções e até a localização na gôndola", diz Foganholo.

 

 
Veículo: Valor Econômico


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