Preferência por alimentos saudáveis sofre pouco com a inflação, diz Greenpeople

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Capacidade de produção da companhia passou de 120 mil litros por ano em 2015 para 2,1 milhões de litros no ano passado

 

A busca por uma alimentação saudável tem crescido no mundo e também no Brasil e nem mesmo o cenário de inflação tem afugentado os consumidores, defendeu Leonardo Moretzsohn, CEO da Greenpeople, empresa que produz sucos naturais prensados a frio.

 

“A inflação atinge indiscriminadamente toda a população, mas de maneira diferente. O nosso produto, se olharmos para os extratos de renda, ele está mais focado nos extratos A e B. A inflação não é tão dramática e impactante quanto em outros segmentos. Os alimentos saudáveis estão ligados a um estilo de vida. E o estilo de vida tende a ser preservado mesmo em período de inflação”, defendeu.

 

A demanda tem crescido. Em 2015, no início dos negócios, a empresa tinha uma capacidade de produção de 120 mil litros por ano, número que atingiu 2,1 milhões de litros no ano passado, patamar que deve se repetir neste ano.

 

“Pretendemos, com investimento de produção, alcançar os 10 milhões de litros em um espaço de cinco anos”, disse. O plano é investir na casa dos R$ 3 milhões ao ano em 2023 e 2024 para melhorar os processos nas fábricas.

 

Embora tenham ganhado o gosto dos consumidores, os alimentos saudáveis são mais caros, o que limita o poder de alcance no mercado, especialmente em tempos de crise econômica.

 

O papel da empresa no momento, segundo o executivo, tem sido arrumar a casa para reduzir o custo de produção e, assim, cortar os preços. Antes, a empresa tinha cerca de 50 sabores. Hoje, são apenas 10.

 

“A redução de portfólio tem vários benefícios. Não só porque facilita a escolha do consumidor, mas também possibilita uma racionalização maior de produção na fábrica, com impacto na racionalização de custo. Quando colocamos os sabores mais vendidos (nas lojas), tornamos o produto mais atrativo no ponto de venda”, explicou.

 

Uma das oportunidades monitoradas de perto pela empresa é a entrada em vigor em outubro do novo modelo de rotulagem dos alimentos determinado pela Anvisa. Na nova metodologia, as embalagens vão receber um selo informando aos consumidores se o produto tem elevado teor de sódio, gordura saturada e açúcar – a prática já ocorre em outros mercados na América Latina, como o Chile.

 

“Essa rotulagem vai ajudar a abrir espaço na geladeira e os nossos produtos podem ocupar esse espaço”, disse. Hoje, o executivo disse que muitos produtos são apresentados aos consumidores como naturais ou saudáveis e que com a rotulação essa confusão será desfeita.

 

Para além do preço, o setor tem o desafio de ampliar sua presença na mesa das famílias. “Disseminar o alimento saudável é desafio constante. Para que a gente crie demanda para o produto e ganhemos espaço nos pontos de venda”, disse.

 

A ampliação da logística refrigerada também é um ponto de atenção. Hoje, a empresa vende basicamente no Sudeste, Sul e Distrito Federal. Há ainda aposta no crescimento do e-commerce, que representou 6,5% das vendas em 2021, percentual que o grupo quer elevar para 10% no curto prazo.

 

Fonte: Cristian Favaro, Valor


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