Endividamento cai em São Paulo

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Pesquisas mostram que endividamento e condições de crédito recuperam níveis pré-crise

 

As condições de crédito ao consumidor hoje, como o endividamento das famílias, as taxas de juros e os prazos de pagamento, já são melhores que em setembro do ano passado, quando eclodiu a crise global e os bancos frearam os financiamentos.

 

Duas pesquisas de entidades diferentes mostram esse cenário favorável para o crédito que começa a se desenhar para este semestre. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), que será divulgada hoje, revela que 46% das famílias paulistanas estão endividadas. Dos 3,2 milhões de famílias que moram na capital, 1,6 milhão comprou alguma coisa a prazo. Em termos porcentuais, é um nível bem menor que o registrado em julho e setembro de 2008 (53%) e junho deste ano (49%).

 

O resultado de julho indica também que, pelo terceiro mês consecutivo, houve recuo no endividamento das famílias, que atingiu o pico em abril deste ano (55%). Segundo o economista da Fecomércio-SP, Altamiro Carvalho, o endividamento cresceu no início do ano por causa das dívidas assumidas no fim de 2008. Mas, a partir de abril, as famílias abriram mão das compras financiadas e o endividamento caiu. "Além disso, o perfil do endividamento hoje está mais saudável", ressalta o economista.

 

A pesquisa mostra que 71% das famílias têm dívidas de até um ano.
Também 59% delas têm comprometido até 30% da renda mensal com dívidas, que é um dado positivo. "Em julho do ano passado, esse comprometimento era maior porque a crise financeira era só uma hipótese", compara Carvalho.

 

Pesquisa de juros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que, pelo quinto mês consecutivo, a taxa média de juros ao consumidor recuou. Em junho, o juro médio ficou em 7,26% ao mês, o menor desde abril de 2008. A taxa média de junho ficou abaixo da de maio (7,28%), de junho e de setembro de 2008, de 7,33% e 7,46%, respectivamente.

 

Em relação aos prazos de financiamento, a pesquisa indica que o nível de junho se equipara e até supera o do mesmo mês de 2008. No caso de veículos, por exemplo, o prazo máximo em junho de 2008 era de 72 meses e hoje está em 80. Em outras linhas de crédito, o prazo máximo hoje está 36 meses, o mesmo de junho de 2008. "A recuperação do crédito é visível em tudo, não só nos indicadores de taxas de juros e prazos de financiamento", afirma o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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