Produção industrial cai 1,3% em julho e volta a ficar abaixo do patamar pré-pandemia, aponta IBGE

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A produção industrial brasileira caiu 1,3% em julho, na comparação com junho, voltando a ficar abaixo do patamar pré-pandemia, apontam os dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O gerente da pesquisa, André Macedo, destacou que "considerando apenas os meses de julho, essa queda de 1,3% foi a mais intensa desde julho de 2015, quando a produção industrial havia recuado -1,9". Ele enfatizou, também, que esse resultado deixa o setor no patamar mais baixo desde julho do ano passado.

 

Ainda segundo Macedo, o patamar atual da indústria está 18,5% abaixo do pico histórico da produção industrial, alcançado em maio de 2011, e equivale ao que era observado em janeiro de 2009.

O IBGE revisou o resultado de junho que, ao invés da variação nula (0.0%) divulgada anteriormente, sofreu queda de -0,2% na comparação com maio.

 

Resultados de julho, na comparação com junho, por grande categoria:


Bens de consumo duráveis: -2,7%
Bens intermediários: -0,6%
Bens de consumo: -0,4%
Bens de capital: 0,3%
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis: 0,2%


Já na comparação com julho de 2020, houve alta de 1,2%, a 11ª taxa positiva consecutiva nessa comparação e a mais intensa para um mês de julho desde 2018, quando a produção cresceu 4%.

 

Dentre as grandes categorias econômicas, a queda de 1,3% na comparação com junho foi puxada por bens de consumo duráveis, que teve o sétimo resultado negativo seguido, e bens intermediários, que teve a quarta queda seguida.

Já bens de capital apresentou o quarto crescimento seguido, enquanto bens de consumo semi e não-duráveis apresentou alta, recuperando parte da perda de 1,7% observada em junho.

 

Expectativas
Na véspera, o IBGE mostrou que a economia brasileira encolheu 0,1% no 2º trimestre, com a indústria registrando queda de 0,2% na comparação com os 3 primeiros meses do ano.

A indústria tem sido afetada pela falta de insumos e pela alta nos preços das matérias-primas e de custos como energia elétrica. E o cenário para os próximos meses promete continuar desafiador: segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança do setor voltou a recuar em agosto.

 

Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19 e do fim das medidas de restrição em boa parte do país, a inflação persistente, a tensão política e "riscos fiscais" (sustentabilidade das contas públicas) têm elevado nas últimas semanas o nível de incerteza sobre o ritmo da retomada e provocado revisões para baixo das previsões econômicas.

 

A expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2021foi reduzida de 5,27% para 5,22%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2022, a média das projeções está em 2%, mas parte dos analistas já vê um crescimento mais próximo de 1,5%.

 

Fonte: G1

 


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