Contratação de temporários deverá subir 25%

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Aumento da demanda de alguns setores e necessidade de contratar profissionais em meio a um cenário de incertezas com a pandemia da Covid-19. Esses são alguns dos fatores que têm influenciado o avanço no número de contratações de trabalhadores temporários em todo o Brasil.


Nos três primeiros meses deste ano, em relação a 2020, é esperado um aumento de 25% nesse tipo de vaga, passando de 644.500 para mais de 805 mil. A projeção é da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).


O maior destaque nesse cenário, ainda de acordo com as informações da entidade, é a indústria, segmento forte em Minas Gerais, o que ajuda a mostrar como está o Estado diante de todo esse quadro.
“O carro-chefe das contratações de temporários no Brasil é a indústria, e Minas Gerais segue essa mesma linha nacional, com áreas importantes como a de mineração, siderurgia e automobilística. Houve um aumento da demanda e há setores com um volume mais acelerado de atividades”, destaca o diretor regional da Asserttem, Glaucus Botinha.


O diretor afirma que para entender o avanço no número de contratações de temporários neste ano é preciso avaliar todo o cenário de pandemia em 2020. Botinha lembra que muitas empresas enxugaram o quadro de funcionários logo no início da disseminação da Covid-19 no País e que agora está havendo uma retomada. Mesmo assim, ainda há muitas incertezas, lembra ele.


“A retomada é ainda em um cenário com números elevados relacionados à Covid-19. A pandemia não passou. Vivemos um cenário de insegurança em relação ao futuro. Nesse cenário de economia com bastantes dúvidas, a contratação de temporários cai como uma luva”, diz ele, ressaltando a flexibilidade proporcionada por esse tipo de vaga.


Além disso, de acordo com os dados da entidade, o período de contratação temporária na indústria também deve apresentar um incremento, passando de 45 dias em média para mais de 77 dias neste ano.
Tendência – A tendência, diz Botinha, é que as contratações de trabalhadores temporários permaneçam relevantes em todo este ano, já que 2021 deve continuar marcado por algumas incertezas. Além disso, há também outros fatores que devem contribuir para o incremento desses números, de acordo com o diretor regional da Asserttem.


“O mercado redescobriu o mecanismo de trabalho temporário”, diz ele, lembrando da segurança jurídica com a Lei Federal 6.019/74 e o Decreto nº 10.060/2019.


Botinha salienta que as empresas estão entendendo a importância desse tipo de vaga na economia, uma vez que também existem muitos ganhos para os trabalhadores, como um volume crescente de oportunidades. O diretor ressalta que muitas vezes essas vagas são uma porta de primeiro emprego e que os direitos dos trabalhadores são garantidos.


Diante desse quadro, inclusive, dados da Asserttem mostram que a taxa de efetivação dos funcionários, que foi de 22% no fim do ano passado, deve também permanecer nos três primeiros meses de 2021.
A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o índice de evolução do número de empregados ficou em 51,3 pontos em janeiro de 2021. Foi a primeira vez, em dez anos de pesquisa, que as contratações superaram as demissões no primeiro mês do ano. Com isso, o emprego industrial acumula sete meses consecutivos de alta. Esse indicador varia de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha de corte que separa a alta da queda no emprego.


De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, as contratações refletem a rápida recuperação da indústria no segundo semestre do ano passado. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 69%, o maior percentual para o mês desde 2014.


A produção industrial seguiu o movimento típico do início de ano, desacelerou e caiu em relação a dezembro de 2020. O índice de evolução da produção ficou em 48,2 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que revela queda na produção.


“A queda na atividade industrial foi mais forte na passagem de 2020 para janeiro de 2021 do que nos três anos anteriores. No entanto, a produção dos últimos meses do ano passado também esteve mais aquecida. O que percebemos é que, mesmo com a queda, a produção se mantém em nível relativamente elevado, o que explica a alta do emprego em janeiro”, destaca Marcelo Azevedo.


A pesquisa mostra que os estoques estão abaixo do que as empresas planejavam, mas a queda foi menos intensa e menos disseminada em janeiro do que nos meses anteriores, e a distância entre o nível de estoque desejado e o estoque efetivo diminui.


Como a situação ainda não se normalizou, esse fato indica que, possivelmente, os empresários estão planejando trabalhar com nível de estoque mais baixo do que no passado. As expectativas para a economia seguem otimistas. Foram consultadas 1.804 empresas, sendo 437 grandes, 618 médias e 746 pequenas, entre 1º e 12 de fevereiro.


Fonte: Diário do Comércio 


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