OCDE vê melhora na recuperação econômica e revisa projeções para PIB global e do Brasil

Leia em 3min 30s

As perspectivas para a economia global estão melhorando apesar de uma segunda onda de surto de coronavírus em muitos países, conforme surgem vacinas e uma recuperação liderada pela China se instala, disse nesta terça-feira (1º) a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

 

A economia global deve encolher 4,2% este ano, crescer 4,2% no próximo ano e desacelerar a 3,7% em 2022, disse a OCDE em seu relatório Perspectivas Econômicas. Em setembro, a entidade estimava uma contração de 4,5% em 2020, e uma alta de 5% em 2021. A OCDE não tinha na época estimativa para 2022.

 

"Ainda não estamos a salvo. Ainda estamos no meio de uma crise pandêmica, o que significa que a política econômica ainda tem muito a fazer", disse o economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, segundo a Reuters.
O Produto Interno Bruto global retornará a níveis pré-crise antes do fim de 2021, liderado por forte recuperação na China, disse a entidade. Mas isso esconde grandes variações entre os países, com a produção em muitas economias devendo permanecer cerca de 5% abaixo dos níveis pré-crise em 2022.

 

Campanhas de vacinação, esforços combinados de saúde e apoio financeiro dos governos devem ser os responsáveis pela recuperação no próximo ano - que poderia ser maior caso as vacinas sejam distribuídas rapidamente, aumentando a confiança e reduzindo as incertezas. A OCDE alerta, no entanto, que atrasos na vacinação e dificuldades para controlar novas ondas do vírus podem enfraquecer as estimativas.

 

Desemprego e comércio


A OCDE também projeta que o desemprego global deve seguir crescendo em 2021, para 7,4%. Este ano, está estimado em 7,2%. Já em 2022 deve mostrar queda, para 6,9% - mas ainda acima da taxa de 5,4% registrada em 2019.

Já o comércio global deve levar um tombo de 10,3%, e recuperar apenas parte das perdas nos próximos anos, com altas de 3,9% e 4,4% em 2021 e 2022, respectivamente.

 

Projeções para o Brasil


Para o Brasil, a OCDE passou a projetar uma queda de 6% em 2020, ante estimativa anterior de tombo de 6,5%.

Para 2021, a projeção é de alta foi revisada para um crescimento de 2,6%, e não mais de 3,6%. Já para 2022, a organização espera um avanço de 2,2%.Em junho, a entidade chegou a projetar que a economia brasileira encolheria 7,4% este ano, crescendo 4,2% em 2021.

 

A atividade, no entanto, ainda estará menor, ao final de 2022, em relação aos níveis pré-pandemia.

A entidade aponta que, apesar das novas infecções e mortes por Covid-19 seguirem altas no país, a economia começou a se recuperar em vários de setores. A OCDE projeta que a inflação deve seguir abaixo da meta, e que os juros baixos devem apoiar os investimentos.

 

A projeção da OCDE para o Brasil é mais pessimista que a do mercado brasileiro, que prevê uma queda de 4,5% do PIB do Brasil em 2020 e alta de 3,45% em 2021, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

 

Projeções para outros países


A China será o único país coberto pela OCDE a registrar crescimento este ano, de 1,8%, inalterado ante a perspectiva de setembro. A economia chinesa ganhará velocidade para 8% em 2021, também inalterado, antes de crescer 4,9% em 2022.

Os Estados Unidos e a Europa devem contribuir menos com a recuperação do que seu peso na economia global.


Depois de contrair 3,7% este ano, a economia dos EUA crescerá 3,2% em 2021 e 3,5% em 2022, assumindo que novo estímulo fiscal seja adotado. Em setembro, a OCDE estimava contração de 3,8% este ano e recuperação de 4% no próximo.

 

A economia da zona do euro vai contrair 7,5% este ano, com crescimento de 3,6% em 2021 e 3,3% em 2022. Apesar do forte impacto, as estimativas melhoraram em relação a setembro, quando a previsão era de contração de 7,9% este ano e recuperação de 5,1% em 2021.

 

 

Fonte: G1



 


Veja também

Produção industrial cresceu 1,1% em outubro, diz IBGE

Pelo sexto mês seguido, a produção da indústria nacional registrou crescimento em outubro, de...

Veja mais
Serviços avançam e comércio recua na participação no PIB desde 1947

A participação das atividades de serviços no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passou de 55,7% ...

Veja mais
PIB paulista cresce 1,6% no 3° trimestre e cai no acumulado do ano

O Produto Interno Bruto (PIB) do estado de São Paulo cresceu 1,6% no terceiro trimestre (de julho a setembro), na...

Veja mais
Confiança empresarial recua em novembro pelo segundo mês seguido, aponta FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 1,5 ponto em novembro, para 95,6 pontos, registrando a segu...

Veja mais
Produtividade do trabalho na indústria cresce 8% no 3º trimestre, diz CNI

A produtividade do trabalho na indústria se recuperou no terceiro trimestre de 2020, depois de duas quedas consec...

Veja mais
Percentual de famílias endividadas cai em novembro e chega a 66%

Após três quedas consecutivas, o número de famílias brasileiras com dívidas chegou em ...

Veja mais
População desocupada atinge 13,76 milhões em outubro

A população desocupada atingiu 13,76 milhões em outubro, o que significa alta de 2,1%, em rela&cced...

Veja mais
IPC-S tem alta de 0,94% e vai para 4,06% no ano

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), com dados coletados até 30 de novembro, referente...

Veja mais
Incerteza com a economia interrompe sequência de quedas iniciada em maio, diz FGV

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,0 pontos em novem...

Veja mais