Lupi vê reação do emprego industrial

Leia em 2min 20s

Ministro do Trabalho antecipa que maio foi 'o melhor mês do ano'

 

Isabel Sobral e Gerusa Marques, BRASÍLIA

 

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem que maio vai ser "o melhor mês do ano" em geração de emprego na indústria da transformação.

 

Ele não antecipou números do saldo de empregos formais pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, que só será divulgado dentro de duas semanas, mas classificou o mês passado como "muito bom" para alguns setores industriais que estão mostrando reação.

 

Segundo especialistas consultados pelo Estado, a indústria de alimentos é a grande aposta de geração de empregos com carteira assinada em maio. A recuperação da indústria, que foi muito prejudicada pela crise econômica mundial, entretanto, ainda é uma incógnita para quem acompanha de perto o mercado de trabalho.

 

O professor da USP, José Pastore, disse que a indústria de alimentos é sempre a última a sentir qualquer crise financeira e, além disso, tradicionalmente, nos meses de maio tem continuidade o aumento no ritmo de novas contratações que normalmente se inicia em abril, impulsionado pelos ciclos agrícolas. "Existe essa sazonalidade positiva nesse bimestre", disse.

 

Em outros setores da indústria, entretanto, Pastore alertou que ainda pairam dúvidas e preocupações. "Os segmentos de bens de capital foram os que mais sofreram com a crise e ainda não se recuperaram totalmente por causa da falta de encomendas", afirmou. Ele lembrou ainda que há uma ociosidade muito grande no uso da capacidade instalada pela indústria em geral, o que leva a baixos investimentos e poucas contratações de mão de obra.

 

Para o consultor da Opus Gestão de Recursos e professor da PUC do Rio de Janeiro, José Márcio Camargo, a queda 1,1% no emprego industrial em abril frente a março, revelada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sugere que a recuperação ainda é muito lenta. "Não parece que o mercado de trabalho na indústria tenha melhorado muito em maio", comentou. Camargo ressaltou que, segundo os dados do Caged de abril, se forem retirados os fatores sazonais como o início dos ciclos agrícolas, a oferta de empregos formais caiu.

 

FRASES

 

José Márcio Camargo
Professor da PUC-RJ

 

"Não parece que o mercado de trabalho na indústria tenha melhorado muito em maio"

 

José Pastor
Professor da USP

 

"Os segmentos de bens de capital foram os que mais sofreram com a crise e ainda não se recuperaram totalmente por causa da falta
de encomendas"

 

"Existe essa sazonalidade (de contratações por causa da safra agrícola) positiva nesse bimestre"

 


Veículo: O Estado de S. Paulo


Veja também

Fazenda recomendará a Lula fim da redução de IPI

Equipe econômica defende que não haja prorrogação para veículos e eletrodomésti...

Veja mais
Câmbio breca recuperação da indústria

Sergio Leo, de Brasília    O faturamento em queda, o desemprego recorde, a redução das h...

Veja mais
Dólar limita recuperação da indústria

Renata Veríssimo, BRASÍLIA   A indústria ampliou para 79,2% o nível de utilizaç...

Veja mais
Varejo tem expansão de 1,3% no mês de maio

Camila Abdu   SÃO PAULO - A atividade do comércio varejista acelerou e a performance positiva se al...

Veja mais
Mercado interno reage e vendas sobem

Guilherme Manechini, de São Paulo   Enquanto a produção nacional de equipamentos voltados &a...

Veja mais
Dólar faz exportador cortar desconto e rever tabela de preços

Raquel Landim, Sérgio Bueno e Vanessa Jungerfeld, de São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis  ...

Veja mais
Consumidor se manteve cauteloso em maio

Renato Carbonari Ibelli   Os indicadores econômicos de maio de 2009, auferidos pelo Instituto Gastão...

Veja mais
Governo garante 62% da alta da renda este ano, diz economista

Reajustes do funcionalismo público, do salário mínimo e do Bolsa-Família movimentam R$ 26,5 ...

Veja mais
Indústria tem recuperação lenta afetada por exportações

Cibelle Bouças, de São Paulo    A produção industrial apresentou, nos quatro pr...

Veja mais