Consumidor quer fugir do crediário

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Pesquisa revela que mais pessoas desistiram de comprar bens duráveis a prazo neste trimestre

 

Cautelosos, os consumidores paulistanos estão revendo os planos de compra para o primeiro trimestre de 2009. De acordo com a ‘Pesquisa Trimestral de Intenção de Compras no Varejo’, realizada pelo Programa de Administração de Varejo, da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), divulgada ontem, entre janeiro a março, 33% dos entrevistados não pretendem comprar bens duráveis. Entre os 67% que planejam fazê-lo, dois terços afirmaram que vão pagar à vista.

 

Segundo Cláudio Felisoni, professor da Fia e coordenador da pesquisa, o número de pessoas que afirmaram ter “congelado” os planos de compra no primeiro trimestre é maior do que o registrado no quarto trimestre de 2008, quando 26% indicaram esta opção.

 

Para Felisoni, o aumento do contingente de consumidores que declarou não ter intenção de compra no trimestre pode estar relacionado a dois motivos: o primeiro, e mais simples, seria o fato de as compras terem sido feitas nos dois últimos meses do fim de 2008; a outra razão, mais contundente, afirma Felisoni, estaria na apreensão quanto ao futuro da economia. “Muitos têm medo de demissões”, afirma.

 

O mesmo motivo, aponta o professor da Fia, estaria por trás da opção de negócios à vista em detrimento das operações financiadas. De acordo com a pesquisa, a intenção de compra a prazo, ao menos no primeiro trimestre deste ano, apresentou queda na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado em todos os segmentos de produtos pesquisados. “Os consumidores não querem cair em novas dívidas”, explica Felisoni.

 

Segundo o levantamento, feito com 500 moradores da capital com renda média de R$ 2 mil entre os dias 5 e 9 de janeiro, da parcela de 20% do orçamento reservada para despesas variáveis, o comprometimento com crediário neste trimestre estava em torno de 8%. No primeiro trimestre de 2008, o comprometimento com compras a prazo era de 13% do total disponível para despesas. “Isso evidencia cautela dos consumidores”, opina Felisoni.

 

Internet

 

O mesmo levantamento foi realizado com consumidores que compram pela internet, com renda média de R$ 4 mil. A intenção de compras também caiu. No último trimestre de 2008, dos 5 mil entrevistados, 9,1% não pretendiam comprar. O porcentual subiu para 15,7% no primeiro trimestre de 2009. O Provar também detectou que o faturamento real do varejo deve ter queda média de 1,85%, puxada pelos hipermercados, com recuo estimado de 2,25%.

 

Veículo: Jornal da Tarde


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