Caem endividamento e a confiança do consumidor paulista

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O temor do consumidor paulistano diante da crise internacional fez com que o índice de confiança neste mês despencasse ao índice visto em 2005 e o número de famílias endividadas também caísse cinco pontos percentuais em relação a dezembro. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu em janeiro, o indicador ficou em 124,4 pontos, com queda de 2% na comparação com dezembro. Em novembro de 2005, o ICC estava em 117,39 pontos e em janeiro de 2008, em 142,81, segundo pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).

 

"O ICC é um indicador antecedente importante para as vendas veículos", observa o economista da entidade, Thiago Freitas. Ele lembra que em setembro último o índice recuou e, dois meses depois, as vendas de automóveis caíram.

 

O recuo foi puxado para baixo principalmente pela queda nas expectativas futuras, que caiu 3,1%, enquanto o índice de confiança da situação atual ficou praticamente estável (-0,1%). "Apesar do recuo, o resultado ainda reflete otimismo, uma vez que o indicador ficou acima de 100, a marca do equilíbrio", ponderou o economista.

 

A queda maior no índice de confiança futuro (3,8%) ocorreu entre pessoas que recebem mais de dez salários mínimos mensais (R$ 4.150). Já para o consumidor cuja renda está abaixo dessa faixa, o índice caiu 2,2%. "Esse resultado era previsível, pois quem tem mais informações sobre a crise está mais preocupado", diz Freitas.

 

Dívidas

 

O número de famílias endividadas no município de São Paulo passou de 50% em dezembro para 45% em janeiro. A entidade aponta a combinação entre a oferta menor de crédito para financiamento de veículos e o pagamento do 13º salário no final do ano passado, muitas vezes utilizado para pagar dívidas em atraso, provocou a redução do nível de endividamento.

 

Do total de famílias endividadas, 31% estão com contas em atraso, o que representa uma alta de um ponto percentual em relação ao mês anterior. De acordo com a Fecomércio-SP, aqueles com rendimento de até três salários mínimos, 43% têm algum tipo de dívida. Na faixa de renda de quatro a dez salários, 45% estão endividados, enquanto famílias que ganham mais de dez salários, o percentual de dívidas alcança 51%.

 

O temor do consumidor paulistano diante da crise internacional fez com que o índice de confiança neste mês caísse 2% na comparação com dezembro, a mais baixa desde 2005.

 


Veículo: DCI


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