Faturamento de micro e pequenas empresas cai 1,6% em São Paulo

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O faturamento real das micro e pequenas empresas paulistas sofreu queda de 1,6%, na comparação de agosto de 2008 com o mês anterior. Entre os motivos dessa queda, destaca-se o menor número de dias úteis, o que os economistas costumam chamar de "efeito calendário". Agosto teve um dia útil a menos do que julho. Apesar da retração no mês, 55% das micro e pequenas empresas esperam um aquecimento no faturamento nos próximos seis meses, e 52% delas acreditam na melhora da economia brasileira.

 

Por setores, a queda foi maior nas micro e pequenas empresas da indústria (-5,0%), seguidas do comércio (-3,8%), enquanto o setor de serviços teve expansão de 6% na comparação de agosto com o mês anterior.

 

Na comparação de agosto deste ano com mesmo mês do ano passado, a queda foi de 8,6% na média do estado, com quedas nos três setores, 13,3% nas micro e pequenas da indústria, 9,1% , nas do comércio e 3,3% nas de serviços. Novamente, o efeito calendário foi determinante, já que agosto deste ano teve dois dias úteis a menos que agosto do ano passado. Adicionalmente, agosto de 2007 (mês de base de comparação) apresentou um bom resultado em termos de receita, e o período entre agosto de 2007 e agosto de 2008 registrou uma inflação de 7,15% (medida pelo INPC-IBGE), que corroeu parte dos ganhos das empresas.

 

Estas foram as principais constatações da pesquisa "Indicadores Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo", do Sebrae de São Paulo, realizada mensalmente pela entidade, em parceria com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), e que monitora mensalmente o desempenho das micro e pequenas empresas em todo o estado, medindo as taxas de faturamento, pessoal ocupado, gastos com salários, rendimento médio do trabalhador e expectativas dos empresários. Esse resultado é semelhante ao das pesquisas divulgadas no mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou recuo de 1,3% na produção industrial do País em agosto, e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cujo resultado mostra queda de 3% no Indicador de Nível de Atividade (INA) em agosto, frente a julho, também afetadas pelo menor número de dias úteis.

 

Segundo o coordenador do Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê, "para as pequenas empresas, cada dia útil a menos de atividade representa uma perda de faturamento de até 5% no mês. Esses dados de certa forma mostram que as pequenas empresas chegaram a um patamar de vendas próximo ao do ano passado, que é considerado o nível mais elevado dos últimos anos", disse.

 

Veículo: DCI


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