De olho na deflação, atacarejos e supermercados diminuem estoques

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A ação é necessária para que estoques não percam valor de venda; algumas redes já estão revendo as metas do ano

 

A deflação vista no Brasil nos últimos meses foi apontada pelos executivos de companhias como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) como um dos principais fatores para a redução de estoque vista nas companhias no segundo trimestre.

 

Em junho, último mês do período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trouxe que os preços recuaram 0,08%. Nos alimentos, principais produtos vendidos pelas varejistas citadas, a queda foi de 0,66%. Produtos como o óleo de soja perderam quase 9% e o leite, quase 3%.

 

Essa desvalorização causa um efeito negativo para as varejistas e atacarejistas: os seus estoques também passam a valer menos, gerando um efeito contábil negativo. O produto adquirido um mês atrás pode, por exemplo, valer menos no momento da sua venda.

 

Com isso, obviamente, as companhias se movimentam para não perderem dinheiro durante processo. No Carrefour, dono do Atacadão, os estoques ficaram em R$ 8,6 bilhões, ou 45 dias, contra R$ 12 bilhões, ou 64 dias, no primeiro trimestre. No mesmo período de 2022 esse número era de R$ 9,3 bilhões ou 49 dias. No Assaí, os estoques no balanço patrimonial saíram de R$ 6,46 bilhões em dezembro último para R$ 6,3 bilhões.

 

Belmiro Gomes, CEO do Assaí, lembrou que as vendas no segmento business to business (B2B) fica prejudicada porque donos de negócios como restaurantes e bares também observam a questão e acabam “levando apenas o necessário” – uma vez que sabem que os preços estão com tendência de queda.

 

O atacarejo acaba sendo mais impactado pela deflação do que varejistas, uma vez que os empresários ficam mais atentos ao cenário macro e por eles terem, normalmente, a tendência de formar estoques maiores do que as famílias, ou business to consumer (B2C).

 

As reduções do consumo, porém, faz empresas como Assaí e Carrefour terem uma melhora no seu capital de giro. As companhias, com menor estoque, liberam parte do caixa gasto com esses produtos.

 

O Assaí teve uma geração de caixa de R$ 1,8 bilhão de reais vista como positiva pelos analistas, com uma “melhor dinâmica de capital de giro na linha de fornecedores”. No Carrefour, os executivos falaram durante a reunião com analistas que a redução de estoque ajudou a companhia a ter um bom resultado caixa, também de R$ 1,8 bilhão, apesar dos gastos com as conversões.

 

COM INFORMAÇÕES DO INFOMONEY

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