Setor produtivo critica aumento dos juros básicos

Leia em 2min 30s

A elevação dos juros básicos da economia em 1 ponto percentual recebeu críticas do setor produtivo. Para entidades do comércio e da indústria, a alta da taxa Selic contribui para retrair o consumo e ameaçar a recuperação do emprego e da produção.

 

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) argumentou que a alta de 5,25% para 6,25% ao ano da Selic aumenta o risco de uma nova recessão, num cenário em que nem a produção industrial, nem o emprego se recuperaram dos níveis anteriores à pandemia de covid-19.

 

"Ao perseguir a meta de inflação do ano que vem com aumentos expressivos da Selic, o Banco Central põe em risco a recuperação econômica e aumenta a probabilidade de uma recessão no próximo ano", avaliou no comunicado o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tem avaliação semelhante. Para a entidade, o aumento nos juros básicos pune as famílias e as empresas em um momento de frágil recuperação dos efeitos da pandemia e de aumento recente no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre o crédito.

 

"O percentual da renda das famílias comprometido com dívidas é recorde. Saltou de 49,4% em junho de 2020 para 59,2% em maio de 2021, último dado disponível. O aperto monetário agrava esse quadro de endividamento, reduzindo o consumo das famílias e prejudicando a atividade econômica", destacou a entidade.

 

A Associação Comercial de São Paulo também criticou a elevação da taxa Selic. Na avaliação da entidade, o varejo começa a sentir o impacto do aumento dos juros e do IOF, à medida que o crédito fica mais caro e diminui o espaço para o consumo.

 

Firjan
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considerou "excessivo" neste momento acelerar o ritmo de aumento da taxa básica de juros da economia.

 

Para a Firjan, o aumento da taxa básica de juros 5,25% para 6,25% pode comprometer a recuperação de uma economia ainda fragilizada. "Acreditamos que a evolução do quadro inflacionário atual e as expectativas inflacionárias à frente seguem sendo de manutenção do ciclo de alta da taxa de juros, dados os fatores relacionados ao risco fiscal e a recomposição da demanda."

 

A entidade menciona fatores relacionados à inflação de custos - crise energética e restrição de insumos - que "continuam pressionando e exigindo outros instrumentos para o controle inflacionário, e não somente a elevação da taxa básica de juros", diz que a estabilidade de preços e o crescimento sólido da atividade econômica passam pela retomada da confiança dos empresários e considera "inadiável" a aprovação de reformas estruturais, como a administrativa.

 

Fonte: Agência Brasil 

 


Veja também

CNI: capacidade instalada segue elevada e emprego mantém crescimento

A Sondagem Industrial de agosto aponta que a utilização da capacidade instalada da indústria segue ...

Veja mais
Reajuste salarial fica abaixo da inflação em agosto

No mês de agosto, o reajuste salarial mediano no país ficou 1,4 ponto percentual abaixo da inflaç&at...

Veja mais
Alta da Selic terá pequeno impacto sobre juros finais, diz Anefac

A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia), decidida ontem (22) pelo Banco Central, ter&a...

Veja mais
Economia mantém previsão de crescimento do PIB de 2022 em 2,5%

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a previsão de cres...

Veja mais
Copom eleva juros básicos da economia para 6,25% ao ano

Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central (BC) apertou a...

Veja mais
Vendas no comércio paulistano crescem 14,6% na 1ª quinzena de setembro

As vendas no comércio da cidade de São Paulo cresceram 14,6% nos primeiros 15 dias deste mês de sete...

Veja mais
Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 8,35%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), consi...

Veja mais
Comércio paulista cria 23,5 mil novos postos de trabalho em julho

O número de postos de trabalhos formais no comércio do estado de São Paulo registrou um saldo posit...

Veja mais
Consumo com cartões deve chegar à 60% das famílias em 2022

Abecs estima que setor deve superar R$ 3 trilhões em transações no ano que vem   A Associa&c...

Veja mais