Demanda baixa faz preços da arroba do boi estabilizarem

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SÃO PAULO - Os preços da arroba do boi gordo no mercado físico continuam nas alturas, porém as cotações pararam de subir no mesmo ritmo desde meados do mês passado.

 

Do início do mês de junho até o dia 19 do mesmo mês, esses valores subiram praticamente R$ 1 por arroba por dia, segundo aponta o índice Esalq/BM&F para o boi a prazo no mercado físico, segundo o Cepea. A partir dessa data, as cotações estacionaram na casa dos R$ 95/arroba, variando poucos centavos - para mais ou para menos. No último dia 8 de julho, o índice apontou R$ 95,73 a arroba em São Paulo.

 

Ontem, segundo a Safras&Mercados, o mercado este ve calmo também por conta do feriado em São Paulo e manteve os mesmos níveis, entre R$ 94 e R$ 95 a arroba do boi a prazo, para descontar o Funrural. "De uma semana para cá a arroba está subindo cerca de R$ 0,02 ou R$ 0,03 por dia", disse Rafael Palamar, consultor da Safras. De acordo com o analista, o desaquecimento pode ser conseqüência de dois fatores. Um deles é a menor oferta por parte dos produtores e também o desaquecimento do consumo por conta dos preços da carne. "O Dia dos Pais pode movimentar um pouco o mercado novamente", acrescentou Palamar.

 

Mercado externo

 

A abertura de alguns mercados, como o da União Européia para os estados de São Paulo e Paraná anunciada no final de junho, e de Israel - ainda em negociação para o Estado do Paraná -, pode trazer mais pressão altista sobre os preços na entressafra. Até agora, no entanto, a notícia em relação à abertura da Europa para os dois estados brasileiros ainda não trouxe conseqüências.

 

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, solicitou nesta terça-feira ao ministro da Agricultura de Israel, Shalom Simhon, o reconhecimento do Paraná como livre de febre aftosa com vacinação. A intenção do governo federal é viabilizar a exportação de carne bovina da região para aquele país.

 

Para o pleito, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se baseia no reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em maio deste ano, de dez estados brasileiros mais o Distrito Federal de áreas livres de aftosa com vacinação. Entre eles, o Paraná.

 

Ganharam também o mesmo status fitossanitário, os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.

 

No encontro dos dois ministros, na terça-feira passada, o Brasil também requisitou a Israel os critérios do país para exportação de soro bovino brasileiro.

 

Segundo informações do Mapa, a autoridade israelense também declarou interesse em exportar para o Brasil produtos vegetais utilizados em rituais religiosos, como o salgueiro e uma espécie de palmeira. Esses vegetais estão sob análise de risco de pragas, pré-requisito para a importação do produto.

 

Dados do Mapa indicam que o agronegócio brasileiro tem participação de destaque nas exportações brasileiras para Israel. Dos US$ 356 milhões comercializados para o país em 2007, US$ 236 milhões foram em produtos agropecuários. Entre os principais estão a carne bovina in natura, a soja em grão, o açúcar refinado, o suco de laranja, o milho e o café verde.

 

Do lado das importações brasileiras do agronegócio, os produtos mais adquiridos de Israel, no ano passado, foram sementes de hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos, totalizando US$ 2,9 milhões, e sucos e extratos vegetais, que resultaram em US$ 1,5 milhão.

 

União Européia

 

Outro estado que, em breve, poderá ganhar reconhecimento da OIE, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz, é o Mato Grosso do Sul. O status fitossanitário deve ser alterado até o final de julho, segundo espera o governo brasileiro. Com isso, o Ministério da Agricultura poderá reivindicar a inclusão do estado entre as regiões habilitadas a exportar carne para o bloco europeu, conforme explicou o secretário.

 

Nos casos das regiões de São Paulo e Paraná, já liberados, para que possam efetivamente exportar carne para a região, o governo fará auditorias em propriedades que fazem parte do Sistema de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov).

 

 

Veículo: DCI

 


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