Pecuarista investe mais na produção de carne bovina em 2019 e setor projeta preços altos

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O pecuarista brasileiro investiu mais na produção de carne bovina em 2019, de acordo com levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea) em parceria com uma empresa de nutrição animal.

Segundo o pesquisador do Cepea Thiago Bernardino de Carvalho, as exportações aquecidas e a retomada do consumo no Brasil fizeram o produtor acelerar a engorda do animal para aproveitar os preços recordes oferecidos pelos frigoríficos.

O estudo mostrou que o número de animais confinados no país cresceu 2% no ano passado, chegando a 5,26 milhões de cabeças. "Os números de 2019 mostram que o confinamento chegou mais cedo aos 5 milhões de bovinos, pois projetávamos chegar nesse rebanho em 2020", diz o pesquisador do Cepea.

O confinamento é um sistema de criação intensivo em que o produtor investe para engordar o boi com ração, o que acelera o processo. Um animal criado no pasto demora mais de um ano para ficar pronto para o abate, já o confinado consegue isso em meses.

Somado aos produtores que optam pelo semiconfinamento, que é o fornecimento de ração no pasto, são 13 milhões de bovinos dentro de um sistema que acela a engorda. Se compararmos com o total de animais no país, cerca de 213 milhões, ainda é um patamar baixo, mas o setor mostra evolução, com crescimento ano após ano.

Segundo a DSM, empresa que participa do estudo, com a estrutura atual, os produtores brasileiros poderiam dobrar o número de bois confinados.
"O nosso levantamento comprova que o produtor está cada vez mais atento para a produtividade e à rentabilidade", afirma Marcos Buselli, gerente da empresa de nutrição.

Investimento valeu a pena

O gasto do produtor normalmente é maior neste método, mas, segundo o levantamento, o investimento valeu a pena em 2019. Um pecuarista que seguiu as orientações do Cepea conseguiu lucro mensal de 4,31%.

Considerando que o período de confinamento dura 3 meses, o retorno foi de 12,9%, muito acima da média nacional de 3,26% e de países como Argentina e Austrália.

Preço da arroba deve seguir alto em 2020

Thiago Bernardino de Carvalho, do Cepea, projeta que o produtor que optar pelo confinamento poderá ter boas margens de lucro, acima do que foi conquistado em 2019.

O Cepea estima que o preço pago ao pecuarista pela arroba do boi (15 kg) ficará em torno de R$ 219 neste ano, levando em conta o valores negociados atualmente no mercado futuro.

Como comparação, o recorde de preços de 2019 foi de R$ 231,50 por arroba. O pesquisador não projetou os valores para o consumidor final, mas, quando a arroba está alta, o preço no supermercado também sobe.

Carvalho explica que o valor é reflexo da demanda chinesa por carnes, que deve continuar alta neste ano, ainda reflexo da peste suína africana, que dizimou rebanhos de porcos por lá.

Além disso, o consumo interno, a abertura de novos mercados e os preços altos de itens fundamentais da ração, como milho e soja, não vão permitir valores menores.

O pesquisador coloca como um ponto de alerta o desdobramento do Covid-19, o novo o coronavírus, na economia da China e o acordo comercial entre chineses e americanos. Segundo ele, são dois fatores que podem afetar o mercado aqui no Brasil.

Segundo o pesquisador do Cepea Thiago Bernardino de Carvalho, as exportações aquecidas e a retomada do consumo no Brasil fizeram o produtor acelerar a engorda do animal para aproveitar os preços recordes oferecidos pelos frigoríficos.

O estudo mostrou que o número de animais confinados no país cresceu 2% no ano passado, chegando a 5,26 milhões de cabeças. "Os números de 2019 mostram que o confinamento chegou mais cedo aos 5 milhões de bovinos, pois projetávamos chegar nesse rebanho em 2020", diz o pesquisador do Cepea.

O confinamento é um sistema de criação intensivo em que o produtor investe para engordar o boi com ração, o que acelera o processo. Um animal criado no pasto demora mais de um ano para ficar pronto para o abate, já o confinado consegue isso em meses.

Somado aos produtores que optam pelo semiconfinamento, que é o fornecimento de ração no pasto, são 13 milhões de bovinos dentro de um sistema que acela a engorda. Se compararmos com o total de animais no país, cerca de 213 milhões, ainda é um patamar baixo, mas o setor mostra evolução, com crescimento ano após ano.

Segundo a DSM, empresa que participa do estudo, com a estrutura atual, os produtores brasileiros poderiam dobrar o número de bois confinados.
"O nosso levantamento comprova que o produtor está cada vez mais atento para a produtividade e à rentabilidade", afirma Marcos Buselli, gerente da empresa de nutrição.

O gasto do produtor normalmente é maior neste método, mas, segundo o levantamento, o investimento valeu a pena em 2019. Um pecuarista que seguiu as orientações do Cepea conseguiu lucro mensal de 4,31%.

Considerando que o período de confinamento dura 3 meses, o retorno foi de 12,9%, muito acima da média nacional de 3,26% e de países como Argentina e Austrália.

Thiago Bernardino de Carvalho, do Cepea, projeta que o produtor que optar pelo confinamento poderá ter boas margens de lucro, acima do que foi conquistado em 2019.

O Cepea estima que o preço pago ao pecuarista pela arroba do boi (15 kg) ficará em torno de R$ 219 neste ano, levando em conta o valores negociados atualmente no mercado futuro.

Como comparação, o recorde de preços de 2019 foi de R$ 231,50 por arroba. O pesquisador não projetou os valores para o consumidor final, mas, quando a arroba está alta, o preço no supermercado também sobe.

Carvalho explica que o valor é reflexo da demanda chinesa por carnes, que deve continuar alta neste ano, ainda reflexo da peste suína africana, que dizimou rebanhos de porcos por lá.

Além disso, o consumo interno, a abertura de novos mercados e os preços altos de itens fundamentais da ração, como milho e soja, não vão permitir valores menores.

O pesquisador coloca como um ponto de alerta o desdobramento do Covid-19, o novo o coronavírus, na economia da China e o acordo comercial entre chineses e americanos. Segundo ele, são dois fatores que podem afetar o mercado aqui no Brasil.       

 

Fonte: G1    


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