Brasil é o caminho encontrado pela Tyson para chegar à UE

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As portas do mercado europeu não vão demorar a se abrir para a Tyson Foods e as fornecedoras serão as indústrias avícolas Macedo Agroindustrial, Avícola Itaiópolis (Avita), de Santa Catarina, e a paranaense Frangobras, abocanhadas pela gigante norte-americana. No caso da Frangobras a participação americana será de 70%.

 

A Tyson já tem mercado consumidor consolidado em mais de 80 países, nenhum deles na União Européia. "Por razões políticas existe uma inabilidade de exportar carne dos Estados Unidos para a Europa, e o Brasil vai ser a nossa porta de saída", revela o estrategista e presidente da área internacional da Tyson Foods, Rick Greubel.

 

Das três novas bandeiras brasileiras da Tyson Foods, apenas a Avita não se encontra nas prateleiras do mercado internacional. Do volume embarcado pela Macedo, 50% são destinados à Europa, África e Ásia. E em pouco tempo a ave brasileira rotulada com a marca americana deve ir parar nos congeladores europeus.

 

Para realizar o antigo sonho de expandir os negócios no Brasil, a Tyson Foods deve desembolsar U$200 milhões a curto prazo, foi o que informou Rick Greubel. Ainda de acordo com ele, a origem do investimento é o capital próprio da empresa, que em 2007 faturou U$26,9 bilhões. Parte já foi empenhado nas aquisições, o restante deve vir sob a forma de investimentos no aumento da capacidade produtiva das empresas brasileiras nos próximos 18 meses.

 

O atual presidente da Macedo e futuro presidente da Tyson no Brasil, Jóster Macedo, calcula que 816 mil aves devem ser abatidas diariamente contra as atuais 261 mil. O que deve crescer é o número de funcionários, já que os frigoríficos vão operar em dois turnos.

 

A entrada no mercado brasileiro foi motivada, segundo Greubel, pelo aumento nos preços das commodities agrícolas pressionadas pelo crescente uso do milho americano na produção de etanol, além do aumento da demanda consumidora, principalmente por parte da classe média, e o alto custo do combustível. De acordo com os cálculos do presidente da área internacional da Tyson, esses fatores tiveram um impacto de U$550 milhões no faturamento da empresa. "Investir no Brasil faz muito sentido. A disponibilidade de insumo e mão-de-obra, a estrutura sanitária e o clima do país favorecem os negócios avícolas aqui".

 

A Tyson abateu o martelo em plena crise mundial. Enquanto a economia americana dá sinais de convalescência, a Tyson avança com suas estratégias traçadas desde 2007 sobre os "promissores" Brasil, China, Índia e México. Paulo Molinari, consultor da Safras e Mercados, avalia que essa entrada americana em solo brasileiro é uma espécie de fuga dos altos custos de produção nos Estados Unidos. "Existem alguns efeitos que não conseguimos avaliar, deve haver distorções em termos de demanda", prevê o consultor. Distorções essas que não entram na pauta de programação de crescimento da Tyson. "Nós continuamos procurando outras opções de investimento, e o Brasil tem um perfil de potencial de expansão, o país já é o maior exportador de aves e vai crescer ainda mais", afirma Greubel. A atração pelo mercado brasileiro é tão grande que a Tyson deve seguir investindo por aqui. "Pode acontecer mais uma ou duas aquisições, ou apenas a construção de uma nova planta. Ainda vamos estudar os próximos passos".

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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