Leite: Preço pago ao produtor recua 1% em Minas Gerais

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Em Minas Gerais, após cinco altas consecutivas no preço do leite, em junho, referente à produção entregue em maio, foi observada queda de 1% na média líquida, com o litro cotado a R$ 1,28. A retração nos valores já era esperada e tem como uma das justificativas o consumo menor, resultado dos cenários econômico e político instáveis. A tendência é de novas quedas nos valores. Apesar da retração nos preços recebidos, a margem do pecuarista de leite ainda não foi comprometida, uma vez que os custos estão menores em função da oferta elevada de grãos.

 

De acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o litro de leite, em Minas Gerais, na média bruta, foi negociado a R$ 1,40 em junho, queda de 0,95% frente ao valor registrado em maio. Além do menor consumo, o clima favorável e o maior volume de chuvas contribuíram para o aumento da oferta. O que também provocou o recuo dos preços.

 

O movimento de retração também foi verificado na média Brasil. Em junho, o litro foi negociado a R$ 1,26, levando em conta os dados dos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, o que representou uma leve queda de 0,39%. O Índice de Captação de Leite do Cepea (Icapl/Cepea) registrou elevação de 0,8%.

 

“É fundamental registrar que ao longo do primeiro semestre foi observado aumento da margem do produtor. No ano passado, o custo foi muito alto puxado pela elevação dos preços dos grãos, o que em 2017 foi diferente pela maior safra de milho e soja. Este aumento da margem vai ser o colchão de amortecimento para a queda de preço ao produtor que deverá acontecer no segundo semestre”, disse o chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite), Paulo do Carmo Martins.

 

Custos - Segundo os dados da Embrapa Gado de Leite, os custos de produção, com base no Índice de Custos de Produção de Leite (ICPLeite/Embrapa), continuam em queda no Estado. No acumulado dos primeiros seis meses do ano, o ICPLeite/Embrapa registrou uma redução de custos de 8,75%, frente a igual período do ano anterior.

 

Em junho, a retração foi de 2,8% no preço dos insumos, se comparado com maio deste ano. No período, dos oito grupos pesquisados seis apresentaram queda e dois se mantiveram estáveis. O grupo concentrado, cujo peso é o maior, apresentou queda de 5,93%. A ração para vaca em lactação foi o item que puxou este grupo para baixo.

 

O grupo energia e combustível apresentou queda de 3,14%, seguido por qualidade do leite, com retração de 2,65%. O grupo de produção e compra de volumosos recuou 0,7%, seguido por sal mineral, com queda de 0,4% e sanidade, com variação negativa 0,04%. Já os grupos mão de obra e reprodução mantiveram-se estáveis.

 

De acordo com Paulo do Carmo Martins, o primeiro semestre de 2017 foi positivo para o pecuarista de leite. Porém, a tendência é de queda na cotação do leite ao longo do segundo semestre.

 

“Fechamos um primeiro semestre melhor para produtor, em relação ao ano passado. Ao contrário do que estamos vendo na economia - grande desânimo e indicadores desfavoráveis - no setor leiteiro isso não tem acontecido. Vivemos os primeiros cinco primeiros meses de 2017 com redução dos custos e manutenção da elevação dos preços. Isto não garante que haverá está situação no segundo semestre, ao contrário, é possível que isso reverta porque estamos no pico de entressafra e caminhando para safra. É possível que haja uma retração no consumo, os primeiros sinais já são sentidos, como a queda já verificada nos valores de junho, em função da situação na qual estamos vivendo, de instabilidade econômica e política”.

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas

 

 

 

 

 


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