O tinto dos tupiniquins

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Além de espelhinhos, os índios que fizeram o receptivo das caravelas descobriram o sabor do Pêra-Manca. O mitológico vinho português sempre esteve nas naus a caminho das Índias e Pedro Álvares Cabral trouxe a sua cota quando desembarcou por aqui. E, segundo a história da marca, o compartilhou com os nativos. O vinho só se tornou um produto de qualidade no século XIX nas mãos da Casa Soares, mas vem de longe o apreço dos brasileiros pelo vinho. Hoje, metade das exportações, o equivalente a 15% da produção, vem para o país. E desta vez com um charme a mais. A Adega Alentejana, importadora exclusiva dos rótulos, convenceu o atual proprietário - a Fundação Eugénio de Almeida- a lançar as novas safras no Brasil antes de Portugal. "O mercado português fica com 75% da produção, mas o Brasil é o principal importador, então eles aceitaram nosso convite de lançá-lo aqui antes", explica Manuel Chicau, dono da Adega Alentejana. O Pêra-Manca é um "vinho de exceção", ou seja, só é lançado quando atinge o padrão de qualidade ideal. Para se ter uma ideia, desde que a Fundação o comprou, em 1987, só foram produzidas oito safras. O que chega agora ao Brasil é tinto de 2005. São 4,4 mil garrafas a R$ 650. Para a ocasião tão cerimoniosa, Gabriela Fialho, diretora comercial da Fundação, acompanha degustações verticais (safras 1997, 1998, 2001, 2003 e 2005) no Rio, São Paulo, Curitiba e Brasília.

 

Tinto I. Também chegam antes aqui as 5,2 mil garrafas do Pêra-Manca branco 2007 a R$ 200 cada. O especialista e colunista de vinhos do Valor, Jorge Lucki, destaca a participação do consultor Michel Rolland no tinto de 2003 e de 2005. Segundo ele, a Fundação tem se empenhado em se modernizar sem perder a identidade e a entrada do winemaker reflete este compromisso. Na sua avaliação o Pêra-Manca 2005 é "mais elegante, vivo, profundo e bem definido que o 2003."

 

Tinto II. A Adega Alentejana foi criada há 11 anos e há nove importa o Pêra-Manca. Com um showroom instalado no Brooklin, em São Paulo, a importadora tem representantes em todas as capitais brasileiras. Conta com 150 rótulos em seu portfólio - não mais exclusivamente alentejano - e cresceu 8% em vendas em 2008. Espera alcançar o mesmo percentual este ano agregando novos produtos. "Estamos trazendo biscoitos amanteigados, tremoços com malagueta e doces típicos como o de tomate." Chicau chegou ao Brasil com 17 anos e está aqui há 32. "Sou da turma dos otimistas, mesmo com a crise." 

 

Veículo: Valor Econômico


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