AB Inbev paga bônus a 40 executivos

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Carlos Brito, o principal executivo da AB InBev, fabricante das cervejas Budweiser e Stella Artois, está para ser beneficiado por uma potencial fortuna repentina de € 138 milhões. A quantia representa sua participação num fundo de bônus no valor de € 1,2 bilhão reservado para altos executivos da empresa, pelo cumprimento das metas de redução de dívidas.

O plano de incentivo de longo prazo, articulado após a fusão, em novembro de 2008, entre a americana Anheuser Busch e a belga InBev, foi posto em ação no fim de 2011, segundo demonstraram os resultados anuais publicados na semana passada.

Segundo o programa extraordinário, 40 membros da equipe considerados como fundamentais no processo de integração receberam 28,4 milhões de opções de ações, ao preço de € 10,5.

Com os papéis sendo atualmente negociados a pouco mais de € 53, as opções valem, em média, € 30 milhões por pessoa, segundo cálculos do "Financial Times". O brasileiro Brito, principal executivo da empresa, recebeu 3,25 milhões de opções, no valor de € 138 milhões, pelos atuais preços dos papéis.

O valor exato dos bônus, concedidos aos executivos desde que permaneçam na empresa, vão depender da cotações das ações na época de exercício do direito de compra de ações, metade delas em 2014 e a outra em 2019.

Para ter direito ao pagamento do bônus, o nível de endividamento líquido precisava cair abaixo de 2,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) - condição que foi cumprida no fim de 2011.

De forma incomum, a meta de redução do endividamento era o único critério para que as opções fossem pagas, o que mostra como os acionistas estavam preocupados com as contas da empresa poucos meses depois de os mercados financeiros terem congelado na esteira da quebra do Lehman Brothers.

Brito e sua equipe reduziram as dívidas de US$ 66 bilhões na época da fusão (5,5 vezes o Ebitda) para US$ 35 bilhões no fim de 2011 (2,3 vezes o Ebitda) por meio de uma combinação de emissão de ações, vendas de ativos no valor de € 9 bilhões e cortes gigantescos de custos.

O tamanho potencial da bonificação aumentou ainda mais pelo fato de as ações da cervejaria terem triplicado desde a fusão, incluindo uma alta de 42% nos últimos seis meses, superando o avanço de 18% no índice acionário FTSE Eurofirst 300.

"Nosso sistema de remuneração é elaborado para criar valor de longo prazo para todos os nossos acionistas", destacou a companhia.

A magnitude do bônus relativo ao plano de longo prazo, liberado apenas após três anos, surpreendeu especialistas em remuneração de executivos, assim como o fato de a condição ter sido apenas a redução do endividamento.

O salário de Brito em 2011 foi de € 1,16 milhão, além de um bônus de € 1,3 milhão - pouco em comparação ao recebido no plano de longo prazo.



Veículo: Valor Econômico


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