Supermercados têm pouco movimento, clientes com máscaras e nenhum álcool em geral

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Pouco movimento, falta de álcool gel, de papel higiênico e o uso de máscaras de proteção contra o coronavírus dominaram a cena em supermercados neste domingo. No supermercado Mundial da Barrinha, na Barra da Tijuca, por exemplo, o contador aposentado Félix do Espírito Santo, de 69 anos, usava máscara imaginando se proteger do vírus e evitar a transmissão para sua mulher, que é asmática. Ele foi comprar mantimentos para abastecer sua casa, que já não recebe seus dois netos desde quinta-feira.

— Estou evitando sair de casa porque já estou numa idade de vulnerabilidade e pelo fato de minha mulher ser asmática, sujeita às piores consequências da doença. Já não vejo meus netos desde quinta-feira. Só os vejo pela internet. Minha filha quer evitar o contato conosco para que não sejamos contaminados. É uma situação muito estranha e triste. Tenho 69 anos e posso ir embora a qualquer momento com esse vírus. E eu não quer ir embora agora, não — enfatizou.

No supermercado Pão de Açúcar da Rua Conde de Bernadotte, no Leblon, Vanda Maia também usava máscara de proteção para procurar álcool gel e papel sanitário. E reclamou da falta de outros itens também.

— Procuro usar máscara quando vou a ambientes em que preciso ter contato com pessoas. Além de não ter álcool gel e o meu em casa estar acabando, aqui também não tem papel sanitário. Também já está faltando arroz integral. Só tem feijão preto. Leite? Só integral. Papel higiênico chegou ontem e já acabou. As pessoas estão fazendo estoque em casa para evitar sair — lamentou Vanda.

Uma engenheira aposentada que preferiu não se identificar também estava atrás de produtos básicos no Pão de Açúcar e usava máscara improvisada.

— Fui a outros supermercados ontem e não consegui encontrar nem álcool nem papel higiênico. Só tenho dois frascos de álcool gel em casa. Não consigo achar nem luvas. Meu pai tem 94 anos e é muito ativo, lúcido. Mora perto de mim e preciso monitorá-lo o tempo todo. Ele quer sair a todo hora para conversar e passear. É um risco para ele — contou a mulher, de 68 anos.

Em frente ao supermercado Zona Sul da Rua Dias Ferreira, Joyce Diniz de Abreu Teixeira, de 62 anos, técnica em assuntos educacionais da UFRJ, caminhava apressada usando luvas de plástico e uma máscara improvisada com lenços umedecidos de sua cadela. Estava a caminho de uma consulta médica e não queria ficar muito tempo exposta na rua. Ela contou que está há três meses com infecção urinária e não poderia se expor por estar mais vulnerável ao contágio.

— Improvisei a máscara ontem e comecei a usar depois que vi uma entrevista com uma epidemiologista da Fiocruz alertando para os riscos envolvendo idosos. Vou usar sempre e evitar sair de casa. A UFRJ tem um grupo de orientação sobre o vírus comandado por Roberto Medronho (diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ e do Núcleo de Saúde Coletiva da instituição) — contou a mulher.

A população está tão aflita com a possibilidade de contágio que o número de compras pela internet subiu muito no Supermercado Zona Sul do Leme. Compras feitas no sábado, por exemplo, só estavam sendo entregues neste domingo. Por conta disso, a gerência decidiu suspender as entregas para não prejudicar a qualidade no atendimento. Um aviso foi sobre a suspensão das entregas por tempo indeterminado foi afixado nas portas do estabelecimento neste domingo.

— Queremos garantir a qualidade do serviço. As entregas de hoje foram feitas ontem. Poderia criar um gargalo grande. Para não pegar o cliente desprevenido, decidimos suspender até voltar ao normal.

A prevenção também chegou no domingo a pontos turísticos. No Corcovado, funcionários estavam esterilizando com álcool assentos e equipamentos dos trenzinhos que levam turistas ao Cristo Redentor. O procedimento é feito tanto antes do início da subida como antes do início da descida.             

 

Fonte: O Globo


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