Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo

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A economia brasileira deve encerrar a década atual com o pior desempenho já registrado em 120 anos. Para fugir dessa marca, o país tem de conseguir algo bastante raro na sua história: um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 10% em 2020 - a última vez que o país registrou uma expansão nessa faixa foi em 1976, quando cresceu 10,26%.

 

Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, o país acumula um crescimento médio de 0,7% ao ano desde 2011, mostra um levantamento do economista Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Se o Brasil conseguir crescer 2,17% neste ano, como apontam os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, a média do período deve subir para 0,8%.

 

Até então, o pior desempenho foi colhido nos anos 1980, quando o país registrou avanço médio de 1,6%. O período foi batizado de década perdida.

 

O desempenho da década atual deve ser ainda mais fraco, já que os números do relatório Focus podem ser considerados otimistas. Hoje, a expectativa é de que o PIB deste ano cresça na faixa de 1,5% e 2%.

Em março do ano passado, o economista já havia alertado para o desempenho pífio da década atual. Na ocasião, com os dados disponíveis, a média de crescimento esperada para o período de 2011 a 2020 era de 0,9%.


Na década, o país colecionou anos de forte recessão e lenta retomada, num período que envolveu uma severa deterioração fiscal, crises políticas e choques internos e externos. Em 2015 e 2016, o PIB caiu mais de 3%. Nos últimos três anos, o PIB avançou pouco mais de 1%.


Riqueza estagnada


Nesse cenário de baixo crescimento, o levantamento também aponta que a riqueza do brasileiro deve ficar estagnada na década. No recorte histórico, o resultado só vai ser melhor do que os anos 1980, quando o PIB per capita (indicador que mede toda a riqueza produzida por um país e a divide pela quantidade de habitantes) caiu 0,6%.

 

A década de 1980 foi marcada por uma combinação perversa. No cenário internacional, houve uma piora das condições financeiras, com alta de juros pelas principais economias. Internamente, o Brasil passava pelo período de redemocratização, lidando com um quadro de baixo crescimento, descontrole fiscal e aumento da inflação - o país enfrentou vários planos de estabilização.

 

Fonte: G1

 


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