Apesar de tropeço, comércio avança em 2019

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O varejo interrompeu sete meses seguidos positivos e registrou queda de 0,1% em dezembro em relação a novembro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, porém, o comércio cresceu 1,8%.

A queda de dezembro veio na contramão da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,2% nas vendas do período, além de 3,3% no ano, segundo economistas. O resultado também responde uma polêmica nas vendas de Natal.

A Associação dos Lojistas de Shopping (Alshop) chegou a dizer que as vendas em dezembro tinham registrado alta de 9,5%, o que seria o melhor resultado desde 2014. O número foi duramente contestado pela Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos). Tito Bessa Jr, presidente do grupo e fundador da rede TNG, chamou de mentiroso o dado da Alshop.

Em resposta, a Alshop negou que os números sobre as vendas de Natal estivessem errados. E informou que o crescimento nominal de 9,5% estava alinhado com entidades do setor, como a própria Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Disse que o dado passaria por revisão e que explicaria a metodologia, o que não ocorreu.

Quando a Abrasce divulgou seus dados, apontou crescimento nominal de 3,1%, sem o desconto da inflação.

Apesar da diferença percentual entre as associações, a base de comparação não é a mesma. A Alshop considera o período de 1° a 20 de dezembro. Já a Abrasce contabiliza de 19 a 24 de dezembro. Os valores divulgados pelas entidades são nominais, o que quer dizer que não é descontado o percentual da inflação.

No início de fevereiro, sem explicar a metodologia, a Alshop revisou o valor para 7,5%. A associação afirmou que o período analisado foi entre os dias 1° e 31 de dezembro.

Em novembro, impulsionadas pela Black Friday, as vendas no varejo brasileiro tinham subido 0,6% na comparação com o mês de outubro, que registrou 0,1%. Novembro teve o patamar mais elevado desde dezembro de 2016.

FGTS - Na comparação com igual período de 2018, o varejo avançou 2,6% em dezembro, com um maior dinamismo no segundo semestre de 2019 (3,3%), mostrando aceleração com relação ao primeiro (0,6%), na comparação com iguais períodos do ano anterior.

A liberação do FGTS a partir de setembro pode ter contribuído para o desempenho do varejo no segundo semestre, segundo o IBGE.

"A presença de recurso livre adicional, devido à liberação dos saques nas contas do FGTS a partir do mês de setembro, e a melhoria na concessão de crédito à pessoa física são alguns fatores que podem ter influenciado esse resultado no segundo semestre", disse Isabella Nunes, gerente da pesquisa.

Já o mau resultado de dezembro pode ser creditado ao aumento nos preços das carnes, segundo Nunes, já que o que mais pesou no índice geral foi o recuo de 1,2% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. "Essa atividade tem peso de 44% no total do varejo", explicou a gerente da pesquisa.

No total, outras cinco das atividades restantes pesquisadas pelo IBGE no comércio varejista tiveram taxas negativas na passagem de novembro para dezembro.

Tiveram queda artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,0%); tecidos, vestuário e calçados (-1,0%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,9%); combustíveis e lubrificantes (-0,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).

Por outro lado, dois setores mostraram avanço, suavizando a queda no indicador geral: móveis e eletrodomésticos (3,4%) e os livros, jornais, revistas e papelaria (11,6%). (Folhapress)

Minas também encerra ano com alta nas vendas

As vendas do comércio de Minas Gerais avançaram 1% em 2019 na comparação com o ano anterior. De um total de 11 segmentos avaliados, cinco apresentaram desempenho positivo no período. As informações são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o instituto, o segmento com maior crescimento no ano passado foi o de Artigos Farmacêuticos, que apresentou alta de 10% em relação a 2018. Em seguida, está o comércio de equipamentos e materiais para escritório e informática, com incremento de 8,6% na mesma base de comparação.

Entre os principais segmentos do varejo, os supermercados e hipermercados apuraram aumento de 3,2% nas vendas no ano passado na comparação com 2018. Por outro lado, o segmento de livros, jornais e revistas registrou uma retração de 14,6% no exercício passado. O comércio de eletrodomésticos apresentou queda de 9,5%.

Somente em dezembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, a variação das vendas do comércio varejista em Minas Gerais foi de 2,4%, um pouco abaixo da média nacional (2,6%). As atividades que se destacaram com variações positivas na comparação com o mesmo mês do ano anterior foram: Móveis (32,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (23,4%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (18,0%), Eletrodomésticos (10,8%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,5%).

Por outro lado, o setor de livros, jornais, revistas e papelaria (-9%), combustíveis e lubrificantes (-5,5%) e hipermercados e supermercados (-4,1%) se destacam com as maiores reduções, em termos de magnitude, quando comparados com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com o IBGE, houve predomínio de resultados positivos em 18 das 27 unidades da federação em dezembro, ante igual período de 2018, com destaque para: Amapá (38,7%), Paraíba (10%) e Tocantins (8,5%).

Por outro lado, na passagem de novembro para dezembro de 2019, na série com ajuste sazonal, o volume de vendas do comércio varejista em Minas Gerais apresentou um recuo de 2,8%. 

 

Fonte: Diário do Comércio   


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