13º salário, Black Friday e Natal aquecem vendas do comércio

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O final de ano promete movimentar ainda mais o comércio. De acordo com a análise de Marcel Solimeo, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o período natalino, somado a injeção de dinheiro que o 13º salário colocará na economia, deve aumentar em 3% as vendas do comércio em comparação com os meses anteriores.

 

Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê o maior crescimento de vendas dos últimos seis anos para o período do Natal. A estimativa é arrecadar R$ 35,9 bilhões, o que representa 4,8% mais do que no ano passado.

 

Esse percentual na principal data para o comércio no ano não é registrado desde 2013, quando o crescimento foi de 5%. Caso essa previsão se confirme, o varejo voltará ao patamar de vendas natalinas de 2014, ano considerado o do início da crise econômica por analistas. Em 2015 e 2016, a variação chegou a ser negativa.

 

“Quando você compara com os meses anteriores, dezembro tem um peso muito maior e não é só pelo fato da festa natalina, mas porque também há uma injeção de dinheiro, pela renda extra que permite as pessoas gastarem mais, então é muito importante”, afirma Solimeo.

 

De acordo com o economista o setor mais impactado pela injeção de dinheiro oriundo do 13º será o varejo. "Nessa época é roupa, calçados, artigos para o lar, etc. Mas, no geral, beneficia a todos os setores", conta.

 

Solimeo explica que, apesar das vendas de Natal estarem sendo antecipadas, com a introdução da Black Friday no calendário do comércio brasileiro, o "grosso do 13º salário cai somente em dezembro, o que é muito importante, principalmente para as vendas dos últimos dias de Natal".

 

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Victor Mardegam é estudante de Publicidade e Propaganda e foi efetivado em seu estágio há pouco mais de um ano. Ele afirma que, neste final de ano, com o dinheiro do 13º salário, conseguirá terminar de pagar sua viagem para o Uruguai, planejada há alguns meses. “Vai sobrar também uma grana para comprar algumas coisas lá, curtir melhor a viagem, comer em lugares legais e quem sabe até trazer algumas coisas para meus pais, né, afinal é Natal”, conta Mardegam.

 

Solimeo comenta que a relação entre o benefício ao trabalhador e as datas festivas de final de ano já impactam a economia há tempos, muito antes da entrada da Black Friday no Brasil. “Esse impacto já vem há muito tempo. Antes da Black Friday, inclusive, as vendas de Natal chegavam a ser 40% maior do que as do mês anterior, por causa exatamente dessa renda extra que é lançada no mercado”, diz o economista.

 

Mardegam relata que é grande a diferença de quando era estagiário – tempo em que não tinha direito ao 13º salário – no que diz respeito à renda extra que o benefício proporciona. “Felizmente venho de uma família boa, então nunca me faltou nada, mas é claro que esse dinheiro que entra a mais faz a diferença. Hoje estou terminando de pagar minha viagem e, mesmo assim, ainda vai sobrar”, completa.

 

 

Fonte: R7

 


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