Crédito bancário no Brasil cai 0,2% em julho, afetado por retração para empresas

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O estoque total de crédito do sistema financeiro no Brasil caiu 0,2% em julho sobre junho, a 3,290 trilhões de reais, afetado pela queda no financiamento a empresas, informou o Banco Central nesta quarta-feira.

 

Com isso, o estoque total passou a 46,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 47,2% em junho.

 

Enquanto o saldo de financiamentos a pessoas jurídicas teve retração de 1,5% em relação a junho, o estoque relacionado às pessoas físicas seguiu no azul, com expansão de 0,8% no mesmo período.

 

No acumulado dos sete primeiros meses de 2019, o estoque geral de crédito no país cresceu 1,0%. Em 12 meses, houve aumento de 5,1%. Para o ano fechado, a expectativa do BC é de avanço de 6,5%, patamar que revisou para baixo em junho ante projeção anterior de 7,2%.

 

O BC vem apontando que há apetite das famílias por mais empréstimos, mas que, do lado das empresas, está havendo substituição de fontes de financiamento, com muitas companhias indo a mercado para obter recursos.

 

Entre as pessoas físicas, o estoque de crédito teve expansão de 10,6% nos 12 meses até julho. Já entre as companhias, a queda foi de 1,5%.

 

Ao mesmo tempo, o estoque de títulos de dívida privados subiu 28,3% e o saldo de títulos securitizados teve elevação de 41,6%, segundo dados do BC.

 

JUROS E SPREAD

 

Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios caíram a 38,0% em julho, contra 38,3% no mês anterior, dado que considera apenas o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.

 

Ainda assim, seguiram distantes da taxa básica de juros, a Selic, que no fim de julho foi reduzida pelo BC ao seu menor patamar histórico, de 6% ao ano.

 

O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, teve elevação de 0,1 ponto na mesma base de comparação, a 31,6 pontos percentuais em julho.

 

Por sua vez, a inadimplência em recursos livres subiu a 4,0%, ante 3,8% no mês anterior.

 

Em coletiva de imprensa, o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, apontou que, em 12 meses, o custo de captação para os bancos teve queda de 2,3 pontos percentuais em recursos livres, ao passo que a taxa de aplicação —que é cobrada aos clientes— diminuiu apenas 0,1 ponto.

 

“Os bancos tiveram uma redução no custo de captação que não repassaram”, disse ele, ao comentar o aumento de 2,2 pontos no spread no período.

 

Na véspera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse a parlamentares na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que concordava que o spread no Brasil era alto, emendando considerar que sua principal missão era baixá-lo.

 

De acordo com Campos Neto, para isso ocorrer o Brasil precisará trabalhar na organização de garantias para assegurar maior recuperação de crédito. Nesse sentido, ele também pontuou que o processo de recuperação judicial no país precisa melhorar.

 

Fonte: Reuters

 


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