Preços de alimentos e transportes caem e IPCA tem menor junho em dois anos

Leia em 2min 20s

 

A inflação oficial brasileira registrou em junho o nível mais baixo para o mês em dois anos com recuo nos preços dos alimentos e transportes, mantendo abertas as portas para a possibilidade de um corte de juros em breve pelo Banco Central.

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação positiva de 0,01% em junho, desacelerando em relação à alta de 0,13% em maio, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 O dado é o mais baixo para junho desde 2017 (-0,23%) e o menor do ano.

 

“O cenário é de famílias com renda comprometida, endividadas e a demanda ainda está bem tímida. As pessoas estão consumindo menos e a renda está comprometida. Nesse índice, se vê bem isso”, disse o economista do IBGE Fernando Gonçalves.

 Em 12 meses até junho, o IPCA registrou alta de 3,37%, de 4,66% no mês anterior, uma vez que saiu da conta o efeito da greve dos caminhoneiros do ano passado.

 

O número em 12 meses é o mais fraco desde maio de 2018 (+2,86%) e afasta-se ainda mais do centro da meta oficial de inflação do governo para 2019, de 4,25% pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

 

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,03% em junho, acumulando em 12 meses alta de 3,33%.

No mês de junho, os grupos Alimentação e bebidas e Transportes responderam, juntos, por cerca de 43% das despesas das famílias.

 

Mas a queda dos preços dos alimentos desacelerou a 0,25% no mês, de deflação de 0,56% em maio, uma vez que os preços do tomate e das carnes passaram a subir respectivamente 5,25% e 0,47%.

 

Já os Transportes recuaram 0,31% diante da redução de 2,41% nos preços dos combustíveis, com destaque para a gasolina (-2,04%).

 Por outro lado, o maior impacto positivo no índice coube a Saúde e Cuidados Pessoais, uma vez que a alta acelerou a 0,64% em junho, de 0,59% em maio.

 

Em sua última reunião de política monetária, o BC manteve a taxa básica de juros Selic em 6,5% e, ao mesmo tempo em que reconheceu melhora do balanço de riscos para a inflação, vem reforçando sua mensagem de condicionar novos cortes de juros a avanços na reforma da Previdência.

 Mas na pesquisa Focus realizada semanalmente pelo BC os economistas veem quatro cortes neste ano, com a Selic terminando a 5,50% e a inflação a 3,80%.

 

Fonte: Reuters

 

 

 

 


Veja também

CNI: reforma da Previdência abre espaço para agenda de produtividade

A aprovação do texto principal da reforma da Previdência abre espaço para uma nova agenda par...

Veja mais
Inflação da terceira idade fica em 0,97% no segundo trimestre, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação da cesta de...

Veja mais
Pressão sobre atacado diminui e IGP-M desacelera alta a 0,40% na 1ª prévia de julho, diz FGV

Os preços no atacado mostraram alívio e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou...

Veja mais
Vendas do varejo na Capital registram aumento de 2,12%

Segundo dados do Termômetro de Vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) divulgados...

Veja mais
Pressão sobre atacado diminui e IGP-M desacelera alta a 0,40% na 1ª prévia de julho, diz FGV

Os preços no atacado mostraram alívio e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou...

Veja mais
Confiança de pequenos e médios empresários melhora no terceiro trimestre, diz pesquisa

Os pequenos e médios empresários brasileiros estão mais otimistas neste terceiro trimestre. A confi...

Veja mais
Indicador de emprego registrou crescimento em junho, diz FGV

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou hoje (9) dois indicadores referentes ao mercado de trabalh...

Veja mais
Demanda por bens industrias varia 0,1% em maio, diz Ipea

O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais mede essa demanda, levando em conta os bens industriais produzi...

Veja mais
Percentual de famílias endividadas aumenta pelo sexto mês consecutivo

O percentual de famílias endividadas aumentou pelo sexto mês consecutivo no país. Em junho de 2019, ...

Veja mais