Economia do segundo trimestre preocupa

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O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre será divulgado amanhã e analistas já mostram preocupação com o resultado dos meses de abril, maio e junho.

 

“A nossa preocupação com relação a 2019 não é só com o primeiro trimestre. O segundo também não está com uma cara muito boa”, ressaltou o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, ontem em evento com jornalistas. O PIB será divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O economista do Itaú Luka Barbosa pontuou que a apreensão se explica por alguns dados preliminares negativos do segundo trimestre, como os de produção de açúcar, indicadores de confiança e importação de bens intermediários e de capital (máquinas) – que são um termômetro da atividade industrial.

 

Nas projeções do Itaú, o PIB dos primeiros três meses do ano deverá vir com queda de 0,2%, em relação ao quarto trimestre de 2018 (na margem), e alta de 0,4%, ante o primeiro trimestre de 2018.

 

Contudo, para alcançar um crescimento de pelo menos 0,9% no ano fechado de 2019, o indicador precisa sair de uma queda de 0,2% no primeiro trimestre, para um avanço de 0,5% no segundo trimestre. Por enquanto, a projeção de crescimento para os meses de abril a junho é de 0,1% “Mas é importante destacar que essa é uma expectativa ainda muito preliminar”, reforçou Barbosa.

 

Sobre o detalhe do PIB do primeiro trimestre, o Itaú espera leve crescimento na margem para o setor de serviços (0,1%), porém quedas para a agricultura (-1,2%) e a indústria (-0,3%).

 

Pelo lado da demanda, as expectativas são mais positivas para o consumo das famílias (0,1%) e importação (1,9%), e negativas para a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos, -1,1%) e exportação (-2,8%). O consumo do setor público, por sua vez, ficará estável.

 

Investimentos em baixa

 

O economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, lembrou que a dificuldade de alavancagem dos investimentos se explica pelas incertezas com relação à reforma da Previdência Social, alta ociosidade das empresas e desaceleração do crescimento global.

 

Mesquita avalia que uma aprovação da Previdência, pelo menos na Câmara dos Deputados, poderia abrir espaço para o Banco Central (BC) começar a cortar a taxa básica de juros (Selic) a partir do setembro. Hoje, a Selic está em 6,5% ao ano, e o Itaú prevê que a taxa possa alcançar 5,75% no final de 2019.

 

Mesquita avalia que esses cortes são importantes para estimular a atividade. Para a economista do Itaú, Júlia Passabom, o corte de juros pode ser feito, tendo em vista que a perspectiva para a inflação do Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continua controlada e deve fechar 2019 com alta de 3,6%, De acordo com ela, a pressão dos preços de alimentos e energia é passageira.

 

Fonte: DCI

 


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