Buffett se une a brasileiros e compra Heinz

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Grupo dono do Burger King e quarto homem mais rico do mundo adquirem fabricante de ketchup por US$ 27 bilhões


No Brasil, Heinz é dona da marca Quero, de alimentos; Buffett deixará negócio para os brasileiros tocarem

O fundo 3G Capital, dos brasileiros Jorge Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, se uniu a Warren Buffett, o quarto homem mais rico do mundo, para adquirir a americana Heinz, famosa pela produção de ketchup.

O negócio é avaliado em US$ 28 bilhões e é a maior aquisição já feita no setor.

Além do ketchup, a Heinz fabrica sopas, salgadinhos, temperos e alimentos infantis. No Brasil, é dona da marca Quero, de enlatados.

Era da família da mulher de John Kerry, secretário de Estado dos EUA.

Não é a primeira vez que o fundo de brasileiros -com sede em Nova York- compra símbolos americanos. Em 2010, assumiu o Burger King. Em 2008, a InBev, que tem o trio entre seus acionistas, comprou a Anheuser-Busch (fabricante da Budweiser).

À época da compra, Buffett, que integrava o conselho da cervejeira, apoiou o negócio liderado por Lemann, a quem se referiu como um "grande amigo". A amizade vem de quando os dois estavam no conselho da Gillette, na década passada.

Apesar de ter colocado mais da metade do dinheiro, Buffett disse que deixará os brasileiros cuidarem da Heinz. "O bebê é deles."

À TV CNBC, afirmou que espera fazer novos negócios com Lemann e que não conhece nenhum grupo de gerenciamento melhor que o criado pelos brasileiros.

Fundador do banco Garantia, depois vendido ao Credit Suisse, o trio Lemann, Sicupira e Telles ficou conhecido por patrocinar no Brasil a fusão das rivais Brahma e Antarctica. Depois tornaram a Ambev a maior cervejaria do mundo após as associações com a belga Interbrew, que levou à InBev, e, depois, com a Anheuser-Busch.

Também comandaram as Lojas Americanas e as fundiram com o Submarino.

Em 2010, o trio de brasileiros comprou a rede americana de lanchonetes Burger King, concorrente do McDonald's. No entanto, ainda não realizou o que seria seu maior sonho: adquirir a PepsiCo, rival da Coca-Cola.

A empresa de Buffett, a Berkshire Hathaway, tem justamente uma fatia da Coca, além da American Express, IBM e Walmart.

O empresário fez fortuna aplicando o caixa de suas seguradoras na compra de participações em empresas de potencial, geralmente subavaliadas, mantendo as ações por longo prazo -o "estilo" Warren Buffett de investir.

No auge da crise de 2008, foi procurado pelas autoridades para evitar o colapso do sistema financeiro e investiu no banco Goldman Sachs. A operação foi vista como um voto de confiança e inspirou um alívio breve na crise.

"Estou pronto para comprar um outro elefante. Por favor, se você vir algum andando por aí, me ligue", disse Buffett. Sua empresa tem US$ 34 bilhões em caixa.


Veículo: Folha de S.Paulo


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