Compras a prazo imperam no comércio de BH

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Diante do conturbado cenário econômico brasileiro e do maior endividamento da população, a maioria dos consumidores optou, no mês passado, por comprar a prazo, alongando suas dívidas e parcelando as novas compras. O balanço do crédito do comércio varejista de Belo Horizonte, divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), revelou que 79,1% das vendas de setembro foram realizadas a prazo, enquanto apenas 20,9% foram pagas à vista.

Entre as modalidades de pagamento a prazo, a mais utilizada, mais uma vez, foi o cartão de crédito, tendo sido responsável por 79,1% das operações. Logo depois, a preferência do consumidor foi pelo cheque (10,6%). Em seguida, apareceu o cartão de crédito próprio, aquele emitido pelas lojas (6%), e, por último, os boletos (4,3%).

De acordo com a analista de pesquisa da Fecomércio Minas Luana Oliveira, a preferência dos consumidores por essa modalidade pode ser atribuída à facilidade e à conveniência do acesso e ao parcelamento. Neste sentido, ela lembra que a maior acessibilidade ao crédito nos últimos anos tem sido a principal ferramenta de consumo do país e que o poder de compra do consumidor na base da pirâmide social brasileira depende desse crédito, alavancando também a economia.

" bom para o empresário e para o consumidor. Por parte dos primeiros, estimular as vendas parceladas funciona como um meio de evitar o risco de inadimplência e garantir, por exemplo, o pacote de benefícios junto às administradoras", explica.

Cartão - Assim, entre os empresários consultados pela entidade, 95,4% trabalharam com o chamado "dinheiro de plástico" em setembro. Conforme a pesquisa, na opinião de muitos lojistas, o fato de não trabalhar com cartões limita o fluxo de negócios da empresa, comprometendo, inclusive, a imagem do estabelecimento junto aos consumidores. "Mas isso não implica em não trabalhar com outras formas de pagamento", pondera.

O cartão tem sido utilizado não apenas como meio eletrônico de pagamento, mas, também, como instrumento de parcelamento das compras, com mais freqüência para pagamento de três até 10 parcelas, com participação de 84,1% no total de número de registros. As maiores concentrações estão no parcelamento de três vezes (19,6%) e seis vezes (24,7%).

Por fim, Luana Oliveira destaca que a opção pelos cheques pré-datados tem caído entre as operações. Segundo a economista, embora o aceite dos cheques seja uma estratégia para fortalecer o capital de giro no curto prazo e evitar o peso das taxas cobradas pelas administradoras de cartão, a modalidade de pagamento oferece grandes riscos aos empresários quando o assunto é a inadimplência.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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