Café chega mais caro, mas em menor volume, ao exterior

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As exportações brasileiras de café tiveram ganho de 5,6% em receita, gerando US$ 7,8 bilhões, e perda de 15% em volume, com 29,7 milhões de toneladas embarcadas, no decorrer da última safra (2011 e 2012).

A influência da bianualidade, que alterna anos de baixa e alta na produção cafeeira (o último tendo sido de baixa), a retração do consumo europeu e a melhoria na qualidade do grão nacional levaram isso a acontecer, segundo especialistas do segmento.

Responsável pelas estatísticas, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) indica que "os cafés arábica diferenciados (especiais) já têm uma participação de 21% na receita cambial". O balanço também mostra que a Europa, mesmo em crise, continua sendo o maior cliente do grão brasileiro, representando 55% das encomendas externas.

"[A queda de volume] já aconteceu em outros anos. A Europa, que é o grande comprador, está em crise. Mas, como o café está valorizado no mercado internacional, em relação à safra anterior [2010/11], [o aumento de receita] fica explicado", analisa o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz.

O representante ainda destaca que "o Brasil tem sido o grande supridor mundial de cafés de alta qualidade". A respeito da colheita que se inicia agora, dando início à safra de 2012 e 2013, Herszkowicz espera que haja, contudo, perda de qualidade em algumas regiões produtoras, que têm sido castigadas pelo excesso de chuvas.

A influência do clima pode ter sido parcialmente responsável por uma acentuada queda - desta vez tanto em volume como em receita - nas exportações do mês de junho: o CeCafé registra perda de 43,3% na movimentação financeira e de 31,1% no peso total das sacas embarcadas, em comparação ao mesmo período de 2011.

De janeiro a junho, a Europa comprou 55% do café brasileiro exportado, tendo a Alemanha a liderado as encomendas: o país importou 2,1 milhões de sacas (18% do total), seguido pelos Estados Unidos (17%).

Conilon especial

Exemplo de como se passou a agregar valor ao café brasileiro, impulsionando as receitas, os produtores ligados à Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), no Espírito Santo, querem provar que o tipo conilon, como o arábica, também pode ser considerado especial.

O descascamento do café e a seleção manual dos frutos permitiram à cooperativa explorar novos mercados, na Rússia e na Alemanha - e no Brasil -, com ganhos de 20% sobre o valor do grão.

"São mercados que, até então, preferiam receber produtos da Índia e da África, que produzem o melhor conilon", diz o gerente de cafeicultura da cooperativa, João Elvidio Galimberti.

Segundo ele, a Coopeavi está negociando os cafés a R$ 350 (arábica), R$ 245 (conilon) e R$ 275 (o "conilon especial"). "Há um consenso, por parte dos produtores, de produzir o café cereja-descascada", diz ele. "Temos observado uma procura maior pelos cafés especiais, o consumidor tem assimilado bem a qualidade", reforça.

Galimberti explica que o cafeicultor capixaba, na produção do cereja-descascada (colheita manual e seletiva), tem um "ganho real". Por alguns motivos, economiza-se espaço ("ao tirar a casca") e ganha-se tempo na secagem dos grãos. Em 2011, a Coopeavi enviou dez contêineres (192 toneladas) aos dois países. Neste ano, já fez outros dois embarques (somando 39,4 toneladas).



Veículo: DCI


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