Preços derrubam exportações gaúchas em 9,8%

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Mesmo com o aumento de 5,3% em volume negociado, o valor das exportações gaúchas caiu 9,8% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2014. Totalizando US$ 8 bilhões, o resultado das vendas de janeiro a junho foi o pior em cinco anos. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), a receita com os embarques caiu puxada pelo recuo de 14,3% nos preços dos produtos. De acordo com o pesquisador da FEE Tomás Torezani, esta foi a saída encontrada pelos empresários para não ficar com as mercadorias estocadas, uma vez que as vendas no mercado interno diminuíram. E apesar da queda de US$ 872,6 milhões frente ao valor registrado nos seis primeiros meses do ano passado, o desempenho gaúcho foi melhor do que a média nacional, que registrou tombo de 14,7% em valor.

Em junho, as vendas para o exterior alcançaram US$ 1,7 bilhão, com aumento de 2,5% em volume e queda de US$ 293,3 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho no acumulado do ano deixa o Rio Grande do Sul na quarta posição no ranking nacional de estados exportadores, depois de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Representando 8,5% do total comercializado pelo País, o Estado apresentou a segunda menor queda percentual de valor exportado e obteve o segundo maior crescimento em volume. Estes dois aspectos foram observados tanto na agropecuária quanto na indústria de transformação, que tiveram 23% e 4,4% de aumento em volume desde janeiro.

Por outro lado, a defasagem no preço das commodities, que vem ocorrendo desde o segundo semestre de 2014, interferiu no valor da venda de soja, que representou 85,2% das exportações do setor, seguido pelo trigo (11,3%). O volume de soja negociado cresceu 15,8% (quase 5 milhões de toneladas) no primeiro semestre. Mesmo assim, o maior comprador do principal produto no Estado, a China, respondeu por uma variação de menos US$ 332,5 milhões na compra do grão. Também houve queda de US$ 102,7 milhões nas vendas da oleoginosa aos Estados Unidos. Enquanto isso, as comercializações do produto ao Vietnã e as vendas de trigo para Bangladesh e de carne suína para Rússia cresceram em média US$ 66 milhões cada.

Na indústria de transformação, a retração foi puxada, principalmente, pela redução no valor exportado de derivados de petróleo; máquinas e equipamentos; produtos alimentícios; couros e calçados; e químicos. Os dados indicam que essa redução foi compensada, em parte, pelo crescimento do setor de fumo e de veículos, reboques e carrocerias. Mesmo assim, dentre as 24 divisões da indústria de transformação, apenas quatro registraram variação positiva no valor exportado: veículos, reboques e carrocerias, com acréscimo de US$ 26,5 milhões na receita, e o de químicos (US$ 19,7 milhões).



Veículo: Jornal do Comércio - RS




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