Belém registra menor inflação do País, aponta estudo do IBGE

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                                       Custos com alimentação e bebidas caíram 0,47% até o dia 15



O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Belém (RMB) subiu 0,26% nas duas primeiras semanas de julho, de acordo com o divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números apresentados pelo corpo técnico da entidade mostram que, com esse resultado, o indicador da RMB alcançou o menor desenvolvimento mensal do País, a segunda evolução anual menos expressiva (5,82%) e o sexto avanço mais baixo dos últimos doze meses (9,15%).

Na primeira quinzena do mês passado, o índice variou 1,33% - o segundo percentual de variação mais alto do Brasil, atrás apenas do verificado em Recife (1,41%). A redução observada ( 1,07 ponto percentual p.p.) entre um mês e outro acompanhou, na RMB, o desempenho nacional, que registrou recuo de 0,4 p.p., diminuindo de 0,99% para 0,59%.

Nas duas primeiras semanas de janeiro, o IBGE calculou aumento de 0,85% no índice belenense; em fevereiro, registrou evolução de 1,08%; no mês seguinte, em março, marcou alta de 0,76% e em abril subiram 0,74% os preços de produtos e serviços disponíveis aos cidadãos da região. No mês de maio o percentual foi de 0,65%. Os números foram divulgados ontem.

A variação do IPCA representa a inflação oficial ou a deflação oficial no preço de produtos e serviços disponíveis para o consumo da população. Já a flutuação do IPCA-15 pode significar alterações impostas aos preços pagos até a metade do mês, as diferenças percentuais nos valores no período da pesquisa ou uma prévia da inflação (ou deflação) oficial do mês de referência, que nesse caso é julho.

A inflação “preliminar” e a inflação oficial são divulgadas na metade e no início de cada mês, respectivamente. Ambos os indicadores referem-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrangem as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, de Belo Horizonte, de Recife, de São Paulo, de Belém, de Fortaleza, de Salvador e de Curitiba, além de Brasília e de Goiânia. A metodologia utilizada para somar o IPCA-15 é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços.

Nessa avaliação do IPCA-15 da RMB, os pesquisadores do IBGE observaram os preços de produtos e serviços coletados no período de 12 de junho a 14 de julho de 2015 (referência) e compararam com aqueles vigentes de 15 de maio a 11 de junho (base).

PREÇOS

Os custos de alimentação, transportes, habitação e cuidados pessoais representam cerca de dois terços no cálculo final do indicador da RM de Belém, seja em relação à variação do IPCA-15 ou do IPCA oficial. Sendo assim, são os produtos referentes a esses itens que possuem maior poder de influência no resultado da inflação.

Os custos com alimentação e bebidas caíram 0,47% até a metade de julho e significam 34,25% no cálculo da inflação. A alimentação no domicílio pode ser considerado o “subitem” com mais peso no grupo, influenciando 26,58% a inflação parcial de julho. Comer em casa ficou 1,05% menos caro. Os preços estipulados para os serviços relacionados a transportes aumentaram (0,78%), assim como os custos com o transporte público (1,68%?), que representam 5,82% da inflação do mês. Com produtos farmacêuticos e óticos os belenenses pagaram por valores 0,57% mais altos - itens que pesam 3,41% da inflação medida pelo IPCA-15.

Os custos com alugueis e taxas (3,35% da inflação) cresceram 0,39%. Os artigos de residência (5,19% da inflação) estão 0,64% mais caros. A energia elétrica residencial tem quase a mesma representatividade (4,59%), mas registrou alta mais significativa no período avaliado (1,24%).

Os custos com vestuário subiram 0,25%, influenciando 8,62% do resultado final de variação do IPCA-15. O item educação variou 0,18% e empurrou 4,58% da inflação do mês, ou dos 15 dias. Os “cursos regulares” representam o subitem mais pesado (2,41%), mas não sofreram nenhuma alteração de valor.

Desconsiderando o grau de importância no cálculo do indicador, a passagem aérea (16,69%), o caranguejo (10,18%), a cebola (7,82%), os jogos de azar (7,06%), o camarão (6,38%), a linguiça (6,19%), o liquidificador (5,45%), o mortadela (5,19%), a salsicha (4,6%), o café da manhã (4,13%), o motel (4,05%), sandália / chinelo infantil (3,63%) e o alho (3,39%) foram os itens que mais subiram de preço. Juntos, estes produtos pesam 2,8% no cálculo do IPCA-15.

Por outro lado, o mamão (- 12,63%), os artigos de maquiagem (- 11,73%), o peixe pescada (- 10,22%), o açaí (- 7,87%), o peixe dourada (- 7,68%), o tomate (- 7,34%), o repolho (- 7,25%), o alface (- 6,47%), as hortaliças e verduras (- 5%), a costela (- 4,65%), o peixe tucunaré (- 4,63%), os pescados (- 4,63%), o peito (- 4,31%), o filé-mignon (- 4,08%), a pá (- 3,44%) e o cheiro-verde (- 3,24%) apresentaram as variações negativas mais expressivas no preço.



Veículo: Jornal O Liberal - PA


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