Vendas em BH registram alta de 1,08% em nove meses

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Cenário adverso gera baixo crescimento

 



As vendas no comércio varejista em Belo Horizonte subiram apenas 1,08% no acumulado de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano passado, divulgou na sexta-feira a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). O resultado representa desaceleração em relação ao desempenho em idêntica base de comparação de 2014, quando as vendas tiveram aumento de 3,1% sobre os nove primeiros meses de 2012. O baixo crescimento é atribuído pela entidade ao atual cenário econômico de alta na inflação e nos juros e de retração no consumo.

A economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, lembra que o resultado de 2013 já não tinha sido muito positivo, considerando que no ano anterior as vendas cresceram pelo menos o dobro nesse mesmo período. Mas neste ano o crescimento foi inferior: quase três vezes menor que no ano passado. "Em 2012 houve um boom de consumo, desoneração fiscal, juros baixos e a inflação estava controlada. Em 2013, o cenário começou a mudar e neste ano a inflação está num patamar muito maior, o que reduz o consumo. Além disso, as altas taxas de juros dificultam a venda dos produtos de maior valor agregado e que precisam ser parcelados", avalia a especialista.

A economista aponta que, apesar do cenário pessimista, a redução da taxa de desemprego tem sustentado o consumo, dando margem para esse pequeno crescimento de pouco mais de 1%. "São essas pessoas que estão empregadas que vão comprar, mas em volume menor", explica. Ela destaca, ainda, que o aumento nas vendas terá um acréscimo por conta do Natal, chegando a 3% até o fim do ano. O número também não é positivo se comparado aos anos anteriores: é o pior desempenho desde 2001, quando houve 6% de retração nas vendas.

Consumo básico - Ainda de acordo com a pesquisa da CDL-BH, os segmentos que apresentaram maior crescimento nesse período de janeiro a setembro foram os supermercados e produtos alimentícios (4,46%) e os de tecidos, vestuário, armarinho e calçados (2,14%). "Esses são os principais segmentos onde a população normalmente gasta. No caso dos supermercados é o consumo básico de primeira necessidade e o setor de vestuários e calçados é a mesma lógica: as pessoas sempre vão precisar vestir alguma coisa, então esse comércio não para totalmente", avalia. Também registraram alta os setores de máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (1,03%); artigos diversos (0,6%) e produtos farmacêuticos (0,15%).

A análise separada de setembro revela quedas nas vendas em diferentes bases de comparação. Em relação a agosto, por exemplo, o recuo foi de 0,02%, o que é explicado principalmente pelo aumento de vendas para o Dia dos Pais. Já na comparação com o mesmo mês de 2013, a queda é de 1,88%. Ainda considerando a comparação de setembro em 2014 e no ano passado, o único setor que apresentou crescimento foi o de ferragens, material elétrico e construção.

Por outro lado, apresentaram retração os segmentos de supermercados e produtos alimentícios (-4,01%), papelarias e livrarias (-3,86%); produtos farmacêuticos (-2,52%); veículos novos e usados (-1,99%); artigos diversos (-0,86); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-0,83%) e máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,39%).



Veículo: Diário do Comércio - MG


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