Apesar de ter apresentado crescimento de 1,3% no volume de vendas do comércio varejista em setembro em relação ao mês anterior, representando o segundo resultado positivo consecutivo, Minas Gerais já registra índices negativos quanto ao varejo ampliado, em função principalmente da queda na comercialização de veículos automotores. Nos últimos 12 meses, o comércio em geral do Estado já acumula queda de 1,4%, resultado que dificilmente será revertido nos últimos três meses do ano.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O economista do IBGE Minas, Antônio Braz de Oliveira e Silva, destaca que o recuo no comércio ampliado já é reflexo do cenário econômico nacional. "Há algum tempo observamos que o emprego não cresce, a ocupação na RMBH somente diminui e a renda perde o ritmo de crescimento. Além disso, o endividamento está afetando as famílias, o que reflete diretamente no desempenho do comércio", explica.
O comércio varejista ampliado conta com todos os setores pesquisados no varejo tradicional, incluindo veículos, motocicletas, partes e peças, além de material de construção. Em setembro na comparação com igual mês de 2013, o resultado de Minas foi de 2,5%. No país houve queda de 1,2%. No acumulado do ano houve retração de 0,4% em Minas Gerais e de 1,4% no Brasil. Já quando considerados os últimos 12 meses, os resultados foram de alta de 1,4% e 0,1%, respectivamente.
Estabilidade - "Esses números dificilmente mudarão daqui até o fim do ano. E, se mudarem, será pouca coisa. Ao que tudo indica, teremos quase que uma estabilidade sobre 2013", prevê Braz.
Na comparação mensal, os resultados foram de crescimento tanto em Minas Gerais (2,3%) quanto no Brasil (0,5%) e os resultados acumulados em 12 meses foram de alta de 2,5 e 3,4%, respectivamente. Quando avaliado o desempenho do setor no acumulado de janeiro a setembro deste exercício, o aumento no nível de comercialização em Minas foi de 2,5%, enquanto em âmbito nacional chegou a 2,6%. Já no que se refere aos últimos 12 meses, as altas do índice foram de 2,5% no Estado e de 3,4% no país.
No Estado, na análise mensal, dos oito segmentos pesquisados, cinco registraram elevação nas vendas. O maior resultado foi observado em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que contabilizaram aumento de 9,4% no nono mês deste ano contra o mesmo período de 2013. Também apresentaram resultados positivos neste tipo de comparação os grupos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,3%); móveis e eletrodomésticos (5,4%); combustíveis e lubrificantes (3,7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo (0,6%).
Já os resultados negativos na comparação mensal ocorreram junto aos setores de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-9,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (-7,4%) e tecidos, vestuário e calçados (-2%).
Nas vendas do acumulado dos nove primeiros meses de 2014, a análise setorial também apresentou cinco categorias com resultados positivos e três com retração. Os principais crescimentos vieram das seguintes categorias: outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6%) e combustíveis e lubrificantes (3,6%).
O grupo formado por equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou a queda mais expressiva de janeiro a setembro frente a igual intervalo do exercício anterior, neste caso de 15,9%. Logo em seguida apareceu o grupo de livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%).
Veículo: Diário do Comércio - MG