Alta de insumos força indústria a reajustar preços para Páscoa

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A Páscoa deste ano deve pesar no bolso dos consumidores. Os fabricantes de chocolates já fizeram reajustes nos preços dos ovos em função da alta nos principais insumos usados pelo setor, como os derivados de cacau e embalagens, ambos atrelados ao dólar.

O Grupo CRM, detentor das marcas Chocolates Brasil Cacau e Kopenhagen, projeta um repasse em torno de 6% a 8% no período. "Sentimos um forte aumento nos preços dos derivados de cacau, em razão do câmbio e do custo de processamento do grão. Esses itens tiveram um impacto de 40% no aumento dos gastos", explica a vice-presidente executiva do Grupo CRM, Renata Moraes.

A companhia espera alcançar com as vendas de Páscoa 30% da receita total prevista para 2014. Pensando nisso, o Grupo CRM contratou 620 colaboradores que atuarão na área de produção, na unidade fabril em Extrema (MG).

O contingente de funcionários também deve aumentar nas lojas próprias, com 53 colaboradores para a Chocolates Brasil Cacau e 86 para a Kopenhagen. "Ambas as marcas devem somar 3,7 milhões de ovos produzidos em 2014, um importante crescimento ante o mesmo período do ano passado", acrescenta Moraes. Segundo a executiva, a produção começou no mês de novembro de 2013 e os produtos devem chegar às lojas a partir do dia 20 de março.

A Chocolates Munik também deve lançar o novo portfólio de Páscoa em março. Assim como a concorrente, a empresa não conseguiu driblar a alta de preços e já projeta um reajuste de 8% a 10%.

"Desde o final do ano passado, os preços estão aumentando. A manteiga de cacau registrou uma das taxas mais expressivas de alta, em torno de 15% a 20%", afirma a gerente de Expansão e Corporativo da Chocolates Munik, Marcia Bergamini Ferreira ao DCI.

Hoje a Páscoa representa 30% das vendas anuais da empresa, que contratou 80 colaboradores, sendo 30 para a fábrica. A companhia aposta em um crescimento de 20% na produção deste ano em comparação com o mesmo período de 2013. Ao todo, devem ser produzidas cerca de 792 toneladas de ovos nesta Páscoa.

"Essa expansão acontece em função da abertura de três novas lojas próprias, programadas para o mês de março, e a produção de chocolates para outras marcas", ressalta. A área de terceirização representará de 15% a 20% das vendas para a data neste ano.

Outra empresa que também sentiu a elevação dos insumos foi a Top Cau. Com projeção de alta na produção em torno de 15%, a marca já estuda um repasse de "no mínimo" 10% nesta Páscoa.

"Somos muito suscetíveis a questão do dólar, pois os brindes oferecidos dentro dos ovos, em sua maioria, são importados. Além disso, temos o aumento dos impostos e da mão-de-obra. A alta varia entre 15% e 20%", afirma a gerente de marketing da Top Cau, Alais Valentini Fonseca.

A receita do período também deve crescer entre 7% e 8%. Em 2013, a marca produziu 8 milhões de unidades de ovos. Neste ano, o índice deve chegar a 9,2 milhões.

Foram contratados para este período 2.400 temporários, 700 para a produção. A Mondelez, detentora da Lacta, também apostou forte na contratação de temporários. Apenas na fábrica de Curitiba (PR) são cerca de mil colaboradores. "Iniciamos a produção em setembro de 2013 e ela deve seguir até este mês. Ao todo, serão produzidos e colocados no mercado 28 milhões de ovos", diz o gerente de marketing de Páscoa da Lacta, Maykon Vieira.

Após um ano de teste, em 2013, a Dori Alimentos decidiu entrar de vez no mercado de ovos de Páscoa. Neste ano, sua produção alcançará 250 mil ovos ante 25 mil do período anterior. "Como a resposta dos consumidores foi boa, decidimos ampliar a produção. Também subimos o número de turnos de trabalho para dois", explica o gerente sênior de marketing da Dori, Jean Carlos Paiva. A empresa também contratou 24 temporários para ajudar na produção, que ocorre em Bauru (SP), onde residia a fábrica da Noblan, comprada pela Dori em 2012.




Veículo: DCI


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