Governo terá que enfrentar reajustes de preços

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A reeleição da presidente Dilma Rousseff foi recebida com cautela por empresários e dirigentes de importantes entidades ligadas a vários setores da economia mineira. Na opinião unânime entre os ouvidos, ela terá desafios importantes pela frente, principalmente na área econômica. "O Brasil precisa voltar a crescer", afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci.

 



Para o dirigente, em primeiro lugar, a presidente vai precisar unir novamente o país que foi separado durante a campanha eleitoral. "Dilma separou o país em ricos contra pobres, norte contra sul e empresário versus empregado. O marketing dela foi de separação. Agora terá que uni-lo novamente para conseguir governar", afirmou.

Os desafios virão, segundo ele, principalmente na área econômica, já que o novo governo terá que enfrentar os reajustes nos preços dos combustíveis, da energia e também enfrentar a inflação, colocando-a novamente no centro da meta. "Isso tem que ser feito sem subir os juros porque, caso o crédito se inviabilize, o consumidor perde o poder de compra", ressalta.

Já o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa, acredita que Dilma precisa mudar sua estratégia de governar em relação à economia. "Caso contrário o país que já não está crescendo vai entrar em retração. Estamos vivendo um momento de estagnação. Ninguém quer investir porque não sabe o que está vindo pela frente", afirma.

Reformas - Porém, ele não acredita que as reformas necessárias para alavancar o crescimento serão realizadas. "O governo não deu demonstrações durante esses quatro anos, e nem durante a campanha, de que irá mudar sua forma de governar. Precisa haver controle de gastos públicos e estímulos para a indústria. Sem melhorar a infraestrutura também não temos como evoluir", disse, demonstrando pouca fé no que está por vir.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais, Alberto Salum, também avalia que o próximo governo enfrentará várias dificuldades. Para ele, o ano que vem, com certeza, será muito difícil. "Teremos um primeiro semestre pífio. Não haverá investimentos e a presidente terá que reajustar os preços que foram represados, dos combustíveis e energia", destaca.

Por outro lado, ele acredita que Dilma Rousseff sabe muito bem o que tem que ser feito para que o país volte a crescer. "Investimentos, principalmente em infraestrutura e logística são fundamentais para que o Brasil retome o rumo do desenvolvimento. As medidas estruturantes precisam ser tomadas já em 2015 para que não tenhamos ainda mais dificuldades nos anos seguintes", ressalta.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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