O consumidor deve manter, no curto prazo, expectativas de inflação mais elevada para os próximos meses. A avaliação é da coordenadora da Sondagem do Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Viviane Seda.
Segundo Viviane, a aceleração no Indicador de Expectativas de Inflação nos 12 meses seguintes de setembro para outubro, de 7,3% para 7,5%, foi impulsionada principalmente por alimentos mais caros no período e a expectativa de reajustes em preços administrados. No entanto, considerou que esses fatores ainda devem ficar presentes na mente do consumidor, o que deve contribuir para a continuidade da aceleração do índice.
Historicamente, no quarto trimestre, os preços dos alimentos costumam subir de forma mais expressiva devido ao aumento da demanda. Por causa disso a economista não descarta novas acelerações do indicador.
Para Viviane, o aumento no patamar do indicador foi influenciado principalmente por elevação nas expectativas de inflação das famílias de baixa renda, que empregam em torno de 30% dou orçamento em alimentação. Assim, qualquer mudança no preço dos alimentos tem forte impacto na sensação de inflação percebida por essas famílias.
Caso se mantenha a tendência de expectativas inflacionárias em alta no curto prazo, isso pode ajudar a aumentar a cautela do consumidor em relação às futuras compras, que não seria boa notícia para o comércio. "É um fator a se considerar", disse Viviane.
Veículo: Valor Econômico