Smartphone tem sido usado com maior frequência nas compras on-line. Estimativa é que o canal represente mais de 13% do varejo eletrônico até o final deste ano no mercado brasileiro
Os varejistas on-line devem ficar atentos ao aumento das compras por dispositivos móveis, que representam 10% dos pedidos pela internet. Segundo especialistas, o segmento deve estar entre os investimentos necessários para o crescimento das operações.
"Em anos anteriores, essa participação era bem menor. Isso mostra que os smartphones, além de inseparáveis, trazem comodidade ao consumidor na hora da compra", afirmou o diretor executivo da e-bit, André Dias.
Conforme o 32º relatório Webshoppers, nos últimos seis meses ao menos 48% dos e-consumidores fizeram uma compra por meio de tablet; outros 47% afirmaram ter usado o celular para efetuar a aquisição. "Eles afirmam que a compra feita pelo dispositivo móvel é mais prática. E que usam o aparelho também para pesquisar sobre os produtos e para saber a reputação das marcas ou das lojas", explicou Dias.
Quem acaba de lançar um aplicativo mobile é a varejista de artigos esportivos Centauro. A empresa afirma que a iniciativa é continuar a oferecer a melhor experiência de compra, independentemente do canal. Hoje, cerca de 10% das vendas da operação on-line da vareja são feitas pelos dispositivos móveis. "A tendência é que esse número cresça em 50% logo no primeiro ano do aplicativo, uma vez que estamos aumentando os investimentos em marketing mobile", explicou o gerente de marketing on-line da operação virtual da rede (SBNET), Germano Batista.
Criatividade
Para o sócio fundador do site Men's Market , Lucas Amoroso, em tempos de crise ser criativo é o que garante bons resultados. "Estamos criando mais promoções nas categorias com menor saída, melhorando a gestão dos estoques e dando benefícios aos consumidores", disse ele. A loja virtual atua especificamente com o público masculino. Como forma de fidelização, a empresa lançou recentemente um clube de assinatura. "São promoções para os clientes mais fiéis, com frete grátis nas compras", explicou.
Para ele, o canal mobile é tão importante quanto o site. "A conversão de venda é menor no mobile, mas o importante é estar onde o consumidor está. Uma ação não funciona sem a outra". A empresa espera faturar R$ 22 milhões este ano, mas a meta não está fácil de ser alcançada. "Mantivemos a meta prevista, mas sabemos que não será fácil. Por isso vamos investir mais em marketing e em capital de giro".
Contramão
Com 70% de crescimento no primeiro semestre o KaBuM, e-commerce de eletrônicos diz estar na contramão da crise. "Estamos com bom desempenho nos dois primeiros trimestres do ano. Quem não for eficiente vai sofrer nesses momentos", afirmou ao DCI o cofundador e CEO do KaBuM, Leandro Ramos. O executivo declarou que por ser um player consolidado no mercado nacional, tem maior poder de barganha com os fornecedores. "Tem muitas lojas fechando e os fornecedores estão atentos às empresas que estão no mercado. Isso nos faz ter melhores preços", disse.
Desde o ano passado, o KaBuM tem reestruturado sua operação. "No meio de 2014 reestruturamos a empresa, criamos um e-commerce voltado para a venda de cosméticos. Agora no segundo semestre vamos desmembrar a categoria de instrumentos musicais e criar um site específico para a venda dessa categoria." Todas as iniciativas devem ajudar a empresa a crescer até 90% no segundo semestre. "Tem boas datas sazonais no período, que deverão ajudar no desempenho."
Setor
O estudo da Webshoppers identificou que as vendas on-line no primeiro semestre deste ano tiveram incremento nominal (sem descontar a inflação) de 16%. No mesmo período de 2014, o índice era de 25,9%. "Tivemos queda de 7% no número de consumidores impulsionado pela menor demanda da classe C", falou o VP de relações institucionais do Buscapé Company, Pedro Guasti. No período houve incremento de 13% no tíquete médio, para R$ 376,55.
Veículo: DCI