Na crise, pechinchar é um bom negócio

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                                Além dos produtos com pequenos defeitos e embalagens amassadas, são encontradas peças fora de catálogo



Produtos com pequenos defeitos, embalagens amassadas durante a viagem ou peças que não tiveram o sucesso de vendas imaginado costumam entulhar os estoques dos atacadistas, principalmente dos importadores. Sem ter como ser negociados, os produtos se tornam um problema ao ocuparem espaço e empatarem o capital. O problema comum ganhou uma solução na Hudson Imports: um bazar. A ideia deu tão certo que já está na 45ª edição, pelo 15º ano consecutivo.

De acordo com a presidente da Hudson Imports, Renata Faria, o que antes era um jeito de desafogar o estoque, se transformou em um dos negócios da empresa. "Vimos como uma oportunidade de negócios e, atualmente, o Bazar Hudson acontece três vezes por ano: abril, agosto e dezembro. Hoje, o bazar faz parte da nossa linha de negócios. O setor de produtos com pequenos defeitos, batizado de saldão, chega a ter fila antes da abertura. São esperados para essa edição 20 mil visitantes, cerca de 30% a mais do que na última, já que vamos funcionar um fim de semana a mais, de 14 a 16 e 21 e 22 de agosto", explica Renata Faria.

O evento acontece no Jardim Canadá, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Além dos produtos com pequenos defeitos e embalagens amassadas, são encontradas peças fora de catálogo e de coleções antigas. "São todos produtos que funcionam, mas que por algum motivo não são aceitos pelas lojas: seja um arranhado, embalagem danificada, peças que não fizeram tanto sucesso ou até que já saíram de moda.  uma oportunidade para pessoas físicas, que conseguem produtos até a preço de custo, e para pequenos lojistas, que querem testar determinadas peças ou que não têm volume para pedir um número maior de peças. Recebemos muitos comerciantes do interior que vem fazer esse tipo de compra", afirma a empresária.

Crise - A retração da economia brasileira deve fazer com que mais pessoas procurem o Bazar. Por isso, o espaço de alimentação foi aumentado, e agora conta com um festival de food trucks no espaço externo. As crianças ganharam um cantinho só para elas, enquanto os pais fazem compras. A ideia é que nas próximas edições seja montado um espaço especial para os homens. Também farão parte do Bazar as marcas M Martan, especializada em cama, mesa e banho; Cook Eletroraro, de eletroeletrônicos; e a D/It, marca de móveis.

"Queremos criar um espaço com telões com jogos e outros atrativos para os rapazes, apesar deles também se divertirem no Bazar. Os homens aderiram à moda gourmet e não raramente assistimos as mulheres cansadas e eles ainda entretidos com as compras", diverte-se a presidente da Hudson Imports.

O sucesso do Bazar gerou também uma ação social. Como não existe a cobrança de ingresso e nem o estacionamento tem custo, desde a segunda edição, por sugestão de um cliente, passou a ser pedido aos visitantes um quilo de alimento não perecível (exceto sal e fubá) ou um livro em bom estado. Os donativos são entregues a 12 diferentes entidades de reconhecimento público. Quem esquecer de levar a doação pode comprar um tíquete na entrada cujo valor será revertido para as mesmas instituições.

"Arrecadamos cerca de oito toneladas de alimentos na última edição. A parte que conseguimos em dinheiro usamos para comprar outros produtos, como fraldas, por exemplo, de acordo com a necessidade das instituições. Uma pequena parte vai também para uma missão humanitária no Haiti. Já os livros são entregues à Fundação Dom Cabral (FDC), que já tem um canal de distribuição para bibliotecas públicas", enumera.

Ano de oportunidades - Apesar da economia brasileira retraída, a expectativa é de que a Hudson Imports cresça 12% em 2015 na comparação com 2014, puxada principalmente pelos bazares. A chegada do grupo alemão Fackelmann, em 2013, mudou as características e os rumos dos negócios. "Antes, éramos focados em lojas independentes de porte médio. Depois que o grupo Fackelmann assumiu o controle, passamos a mirar nos supermercados. Isso modificou nossa estratégia e, se os processos são mais longos, os resultados também são maiores. Esses grandes clientes também nos abrem as portas em novos mercados. Já contamos com 45 representantes em todo País", completa.




Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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