Queda interrompe 11 anos de taxas positivas. Segundo o IBGE, é a maior retração desde o primeiro semestre de 2003; pior queda ocorreu no setor de móveis e eletrodomésticos, de 13,6%
São Paulo - As vendas do varejo no primeiro semestre registram queda de 2,2% em relação a igual período no ano passado e interrompe 11 anos de taxas positivas. É a maior retração nas vendas desde o primeiro semestre de 2003, quando a queda foi de 5,7%.
No varejo restrito as vendas recuaram 2,7% em junho em relação a junho de 2014, o que representa a maior queda neste mês desde 2003, quando foi de -5,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com maio, a queda foi de 0,4%. De acordo com o levantamento, no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano as vendas do comércio varejista restrito caíram 2,0%, na série com ajuste sazonal.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, o desempenho de vendas teve queda de 2,2% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, na série com ajuste sazonal. Na comparação com o segundo trimestre de 2014, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram queda de 7,5% entre abril e junho deste ano.
O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito caiu 0,6% no trimestre encerrado em junho em comparação aos três meses até maio. No varejo ampliado, o índice recuou 1,0% no mesmo período.
O IBGE também anunciou ter revisado o resultado das vendas do varejo restrito em maio ante abril. O índice caiu 0,8%, menos do que a queda de 0,9% apurada inicialmente. Já no varejo ampliado, as vendas em abril ante março foram revisadas para queda de 0,4%, ante redução de 0,3% na leitura inicial.
Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) as taxas de inflação e de juros elevadas, bem como a confiança em baixa, vêm minando a capacidade de reação do setor, especialmente nos segmentos mais dependentes das condições de crédito ao consumidor.
Desta maneira, a entidade teve de revisar para baixo a expectativa em relação à variação do volume de vendas do varejo restrito em 2015, de -1,9% para -2,4%. A perspectiva de fortes retrações nos ramos de material de construção (-5,4%) e principalmente no comércio automotivo (-19,1%) levará, inevitavelmente, o varejo ampliado ao seu primeiro resultado negativo anual (-6,5%) ao final de 2015.
Supermercados
Os supermercados e hipermercados também viram período fraco no mês de junho de 2015, que apesar de ter contado com um dia útil a mais do que em igual mês do ano passado, quando foi realizada a Copa do Mundo, não conseguiu se beneficiar o ritmo de vendas entre maio e junho. As vendas tiveram recuo de 2,7% em junho ante igual mês de 2014.
Veículo: Jornal DCI