Com forte concorrência externa, indústrias da região optam pela diversificação para evitar queda no faturamento
Após um ano sem crescimento na produção, o polo calçadista de Nova Serrana, no Centro-Oeste mineiro, agora aposta em diversificação do mix para mudar essa realidade. Se antes os sapatos que vinham da região eram, em sua maioria, esportivos e voltados para o público masculino, o público-alvo agora são as mulheres.
Segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana, Pedro Gomes da Silva, a produção do polo permaneceu estável em 2013 ante o exercício anterior. Porém, o faturamento apresentou pequena elevação, de cerca 4%, em decorrência da alta dos preços dos produtos. O resultado reflete uma série de fatores como a alta concorrência com produtos importados e o mau desempenho da economia brasileira, que derrubou o consumo no mercado interno.
Como se não bastasse esse quadro, que afeta diversos outros segmentos na mesma proporção, o polo calçadista ainda sofre com outra questão: "A mudança do perfil dos consumidores é o que mais pesou. Antes os calçados esportistas que fazíamos tinha grande procura. Agora não, nós estamos buscando alternativas e novos modelos para atrair os clientes", afirma.
Um caminho que vem sendo trilhado pelos produtores locais é no sentido de cair no gosto feminino. A maior propensão ao consumo das mulheres é uma das explicações para que o segmento seja visto como uma nova mina de ouro capaz de salvar os números do segmento. Não é à toa que a expectativa para este ano é a de uma produção cerca de 8% maior no polo. "A nossa inserção no mercado feminino está positiva. Então já devemos começar a colher frutos neste ano", ressalta.
Expectativa - Um exemplo dessa realidade é a Cromic Indústria e Comércio de Calçados Ltda, que só conseguiu salvar o ano de 2013 em decorrência de alguns modelos para o público feminino lançado no período. Segundo o proprietário da empresa, Júnior César Silva, o exercício anterior foi marcado por um acréscimo de 10% no faturamento frente ao exercício anterior.
Além da diversificação do mix, o resultado reflete também uma pequena base de comparação, uma vez que em 2012 havia ocorrido uma retração de 8%. Dessa forma, o que ocorreu foi praticamente uma recuperação e retomada aos mesmos patamares de 2011.
Para 2014, a expectativa do empresário é de alcançar alta entre 10% e 15%. E a justificativa é prospecção dos novos mercados com os modelos lançados. "O que produzimos no ano passado já foi bem recebido pelo público feminino. Agora, vamos trazer nesse ano mais novidades. O resultado deve ser positivo por isso", enfatiza.
Veículo: Diário do Comércio - MG