Alta de preços elevará receita das marcas de material escolar

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O período de volta às aulas deve aumentar em até 20% a receita de alguns fabricantes de material escolar em 2014, na comparação com 2012-2013. A alta, no entanto, é motivada em boa parte pelo repasse de preços em decorrência da elevação dos custos com mão-de-obra e com matérias-primas, como o papel.

Neste cenário, marcas como Artmanual e Foroni já projetam um crescimento de 15% e 19%, respectivamente, da receita. "No período entre 2013 e 2014 houve um aumento de 10% dos pedidos por parte do varejo", explica ao DCI o coordenador de marketing da Artmanual, Fellipe do Vale.

De acordo com o executivo, a produção também cresceu 15% no mesmo espaço de tempo. "Enquanto isso, os produtos finais ficaram 8% mais caros, o que já era esperado por nós", afirma Vale. Entre os itens fabricados pela empresa estão estojos e mochilas.

Outra marca que registra bons resultados até este momento é a Foroni, fabricante de cadernos e agendas, além de outros itens. Entre 2013 e 2014, a produção teve alta de 16% em comparação com 2012-2013. Já o faturamento da empresa deve crescer 19%.

"No ano passado, decidimos adiantar a nossa produção diante da especulação de que, neste ano, as compras aconteceriam mais cedo, devido à antecipação das aulas, fato atrelado à Copa do Mundo", explica a diretora de marketing da Foroni, Marici Foroni.Segundo a executiva, a mudança fez com que a empresa elevasse o período de horas trabalhadas. "Na passagem de 2013 para 2014, nós trabalhamos com 100% da capacidade produtiva", diz.

Neste mesmo período, a marca também sentiu um aumento dos custos com mão-de-obra e em algumas matérias-primas, como o papel. "Estes avanços forçaram a empresa a repassar preços. Os salários dos funcionários, por exemplo, registraram uma alta de 7,8%. Enquanto isso, em alguns produtos fizemos um reajuste de aproximadamente 6% devido ao aumento do papel", explica.

A Jandaia também promoveu um repasse de 6% nos preços da maioria das linhas de produtos comercializadas pela empresa, fabricante de itens como agenda e cadernos. "Na passagem de 2013 para 2014, registramos um aumento de 10% da produção. Dessa maneira, colocamos no mercado nacional cerca de 25,5 mil unidades de cadernos", diz o analista de marketing da Jandaia, Thiago Dias. Atualmente, a divisão de cadernos representa 90% das vendas totais da companhia.

Ainda de acordo com o executivo, estima-se que as vendas totais da marca cresceram 16% neste mesmo período de atuação.A produção na unidade fabril de Caieiras (SP) começou no fim do mês de maio e início de junho. "Trabalhamos com três turnos de produção e temos cerca de 450 a 500 funcionários neste local", afirma.

Ainda de acordo com o executivo, as vendas de material escolar devem acontecer até fevereiro. Outra empresa que deve manter suas vendas até o próximo mês é a Tilibra. A companhia não divulgou as percentagens de produção e de faturamento, mas afirmou que ambos devem crescer em relação aos resultados anteriores.

"Nós também resolvemos antecipar nossa produção para este ano, devido ao adiantamento da volta às aulas. Dessa forma, iniciamos os trabalhos no mês de março", explica o diretor comercial da Tilibra, Antonio Jorge.

Segundo o executivo, a taxa de produção neste período ficou acima da projeção inicial feita pela companhia. "Observamos um aumento na matéria-prima também. O preço final do papel, por exemplo, teve uma alta acima de 10%. Isso influencia na elevação dos preços finais dos produtos", acrescenta o profissional.

De acordo com Jorge, o custo com mão-de-obra cresceu 7,2%, enquanto o repasse de preços girou em torno de 10%. "Em itens importados, esse aumento foi maior, devido à cotação do dólar", explica o executivo da Tilibra.

Por sua vez, a Faber-Castell não divulgou possíveis aumentos do custo de produção, mas afirmou que os resultados deste ano devem ser "bastante positivos", repetindo as boas atuações observadas em anos anteriores.

Tributos


Outro problema enfrentado pelo setor está relacionado à alta carga tributária atrelada a alguns itens de material escolar, como no caso da caneta (47,49%) e da agenda escolar (43,19%), segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Para reduzir esses valores, o segmento defende a aprovação do Projeto de Lei nº. 6705/2009, de autoria do Senado e que atualmente encontra-se em discussão na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal.

"Nosso principal pleito para este ano é a redução dos tributos, como IPI, PIS e Cofins. Quase metade de uma caneta é imposto e isso não pode continuar assim", diz o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), Rubens Passos.

Segundo ele, se o projeto de lei for aprovado, o impacto direto seria superior a 10%. "Não sabemos quando saíra o resultado, mas o projeto já passou pelo Senado e se o executivo apoiar, poderá ser aprovado ainda neste ano", diz.



Veículo: DCI


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