Estimativa da Conab é de que produção possa chegar a 218,4 mil toneladas, expansão de 43%
A produção de feijão na primeira safra 2013/14 em Minas Gerais deve ser marcada pela forte recuperação da produtividade, que no período anterior foi prejudicada pela infestação das lavouras com a mosca branca. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a safra fique 46,7% maior frente ao rendimento obtido no período anterior. A produção máxima pode chegar a 218,4 mil toneladas, o que, se concretizado, significará alta de 43%.
De acordo com levantamento da Conab, apesar da recuperação da produtividade e dos preços lucrativos pagos pelo feijão no mercado, a área destinada ao cultivo será menor. Isso pela concorrência com a soja, que também está com os preços elevados, mas possui liquidez maior que o feijão, principalmente pela oleaginosa ser exportada.
A área destinada ao cultivo da primeira safra de feijão em Minas vai variar entre 172,1 mil e 182 mil hectares, o que representará recuo entre 8% e 2,5%, respectivamente. Além dos riscos climáticos e da melhor competitividade dos mercados de milho e soja, a cultura vem exigindo rígido controle, oneroso e difícil, contra os crescentes ataques de mosca branca, o que também limita a expansão da área.
Minas, que é o segundo maior produtor de feijão na primeira safra respondendo por 15,83% do volume total do país, deverá ter uma forte recuperação da produtividade. A estimativa da Conab é que o rendimento por hectare fique em torno de 1,2 tonelada, o que representará um aumento de 46,7%. Na safra anterior, o clima e a infestação da cultura pela mosca branca reduziram a produtividade da cultura.
Plantio - De acordo com o extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), unidade Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, Adalberto Gonçalves de Paula, o plantio do feijão na região já foi praticamente encerrado. A área destinada ao cultivo do grão foi reduzida em 52% saindo dos 2,5 mil hectares usados na safra 2012/13 para 1,2 mil hectares no período atual.
"A infestação das áreas pela mosca branca causou prejuízos significativos para os produtores na safra anterior. Mesmo com os preços altos pagos pelo feijão, os produtores estão investindo em outras culturas como o milho e a soja", diz Gonçalves.
Em Paracatu, no Noroeste do Estado, a área destinada à produção de feijão vai se manter estável com 8 mil hectares destinado ao grão, deste total 4 mil hectares já foram plantados e os trabalhos de semeadura devem se estender até meados de dezembro.
De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, unidade Paracatu, Carlos Henrique da Silva, a expectativa dos produtores é de recuperação da produtividade, que na safra anterior foi prejudicada pela mosca branca. "Neste ano, para o maior controle da mosca branca, foi realizado, no município, o vazio sanitário. A expectativa é que com a medida ocorra a recuperação da produtividade, que deve ficar em torno de 1,8 toneladas por hectare".
Veículo: Diário do Comércio - MG