Indústria descobre o nicho dos solteiros

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As indústrias estão descobrindo um nicho voltado para pessoas que vivem sozinhas.Produtos em porções menores já representam mais de 20% do faturamento de supermercados de BH 

 

A engenheira civil Renata Cristina de Melo Oliveira, de 26 anos, mora com uma amiga, mas elas fazem as compras de supermercado separadamente.

Renata prefere os produtos que proporcionam maior agilidade e são vendidos em porções menores. No carrinho de compras semanais estão itens como massas congeladas em porção individual, suco de caixinha de 200ml, refrigerante em lata, queijo processado em fatias embaladas separadamente, frutas já descascadas e picadas e pão de fôrma em embalagem menor. O mercado de produtos voltados para quem mora sozinho é cada vez mais animador para a indústria. No Brasil, esse público soma 72 milhões de pessoas. Em Minas Gerais, os solteiros já passam de 400 mil, sem contar os descasados e idosos que vivem sozinhos.


Eles já são maioria no país e despertam parte importante do mercado para suas necessidades, que vão de imóveis mais compactos a porções individuais, semiprontas ou prontas de alimentos. O setor que mais cresce para atender esse público é a indústria de alimentos pré-prontos e prontos, que chegam a responder por até 20% do faturamento de supermercados em regiões periféricas de Belo Horizonte e até 60% em outras regiões da cidade. Na década de 1970, o setor representava apenas 10% do faturamento das empresas. A estimativa é do superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. "Houve uma evolução considerável e esse numero só tende a crescer", Completa No Brasil, esse mercado corresponde a 7% do faturamento das fábricas de alimentos e chega a movimentar cerca de R$ 30 bilhões ao ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). A expectativa é de que esse nicho cresça até 10% este ano. "As pessoas têm cada vez menos tempo e querem praticidade na hora de cozinhar ou de fazer qualquer outra coisa em casa.


Esse mercado vai crescer cada dia mais, mas não será um crescimento desenfreado", explica Denis Ribeiro, diretor de Economia da Abia.


No Brasil, 13% dos domicílios são habitados por pessoas que moram sozinhas, o que corresponde a 8,5 milhões de lares. "Evidente que quem mora só tem renda para se sustentar, e isso é um mercado potencial", afirma Denis Ribeiro.


Mas a indústria está tateando esse mercado single, jargão adotado pela maioria das empresas. Ainda há muito para ser desenvolvido, quando comparado com o que existe nos EUA e na Europa.


A engenheira Luiza Pinto conta que mora sozinha há mais de dois anos e nunca cozinhou em casa. Acostumada a comprar produtos na versão tamanho família, ela começou a mudar de hábito quando percebeu a oferta de itens em porções menores. Mas isso foi há pouco tempo. "Se eu quisesse comer uma salada, tinha que comprar o todos os ingredientes. Na maioria das vezes acabava estragando. Hoje eu compro apenas a porção que vou comer", explica. Apesar de os produtos serem mais caros que os convencionais, Luiza acha que são um bom investimento por causa da praticidade, que lhe poupa tempo. Cerca de 7% do seu salário são reservados para as compras que ela faz semanalmente em supermercados ou padarias.


Preço salgado - A praticidade dos produtos unitários tem seu preço, que não é baixo e pode pesar no bolso do consumidor. Alguns itens voltados para quem mora sozinho custam o mesmo valor ou até 20% mais que os na versão tamanho família. A pizza congelada, por exemplo, custa em média R$ 8 e normalmente tem oito pedaços, enquanto um único pedaço da mesma pizza é encontrado por até R$ 2. Um pacote de pão de fôrma de 250 gramas custa R$ 3,75 enquanto um de 500 gramas é vendido a R$ 3,59.

 

Fonte: Estado de Minas 


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