Exportações gaúchas têm melhor saldo para maio desde 2003

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Grãos como soja e milho puxam o desempenho do Rio Grande do Sul

A receita das exportações gaúchas em maio foi a maior para o mês em 10 anos. A Fundação de Economia e Estatística (FEE) mostrou ainda que o valor total acumulado de janeiro a maio deste ano também foi o mais promissor desde 2003. Embarques de soja e milho (que cresceram quase 1.000%) puxam a retomada dos negócios neste período, compensando o baixo fluxo do setor primário em 2012 devido ao desfalque causado pela estiagem. A indústria de transformação mostrou em maio indícios de retomada ao registrar crescimento no valor comercializado, alta de 10,6%, com impacto em volume e preço dos produtos. De janeiro a maio, porém, o faturamento global do setor, que reponde pela maior fatia das divisas, ainda está no vermelho.

Nos próximos meses, a equipe da FEE projeta impacto positivo do atual ciclo de alta do dólar (mas tudo dependerá do nível de preços dos contratos) e encomendas aquecidas nos ramos industriais que foram abalados até agora por desarranjos de clientes como Argentina (segunda maior cliente, atrás da China), especialmente em máquinas agrícolas. Os analistas do Centro de Informações Estatísticas (CIE) da FEE apontaram ainda que o feito do mês passado promoveu o Rio Grande do Sul ao terceiro lugar no ranking nacional de exportadores, ultrapassando o Rio de Janeiro. São Paulo e Minas Gerais ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares. A economia fluminense perdeu renda com a queda nas vendas de produtos da cadeia do petróleo.

As exportações gaúchas têm como fator positivo a recuperação capitaneada pela supersafra de soja, vitaminada pelos bons preços da commodity e o elemento surpresa – a venda de milho em grão, que somou US$ 12,6 milhões (1.340% sobre maio de 2012). O economista Adalberto Maia lembrou que o Rio Grande do Sul vem ocupando espaço da oferta americana, que enfrentou grande quebra da colheita na última safra. Os embarques somaram quase 800 mil toneladas nos cinco primeiros meses, ante 73 mil toneladas no mesmo período de 2012.

A oportunidade para faturar com o mau momento do maior produtor mundial da commodity é reforçada com o crescimento de receita em países como Coreia do Sul e Japão. O efeito positivo do milho foi verificado também em Mato Grosso, que ocupou a sexta posição nos despachos em maio e a quinta de janeiro a maio. O estado, maior produtor do grão, mandou para fora 4,4 milhões de toneladas até maio.

O economista do CIE Guilherme Risco disse que o Estado poderá manter o terceiro lugar na divisa externa nos próximos meses devido à elevação dos embarques de soja, que devem se manter elevados até agosto. Além de grãos, óleo de soja começa a entrar com maior peso na pauta. De janeiro a maio, a mercadoria mostrou ainda efeito da escassez da oleaginosa no ano passado, registrando recuo de 40% na receita externa e 50% no volume, mesmo com preço 17,2% mais alto. Maio apontou reversão, com alta de 7,3% na receita e de 4,3% no volume. “Mas o posto deve ser perdido até dezembro, quando a atividade industrial ganhará mais fôlego”, projeta Risco.

Maia destacou que o setor externo gaúcho ostenta indicadores melhores que a média brasileira quando se analisa receita total, volume e preço. O Brasil teve em maio comportamento negativo em todos os itens – receita 6% menor, seguida de quantidade, 2,6%, e preços, 3,5% menores. O Estado registrou alta de 35% na receita (somou US$ 2,3 bilhões), 32,4% no volume, de avanço de 12,9% nos preços. De janeiro a maio, o retrospecto local manteve valor, com valor global de US$ 7,5 bilhões, 10,9% acima do mesmo período em 2012, volume 7,6% maior.


 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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