Em novembro, agronegócio cresceu 1,3%
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais cresceu 1,3% em novembro, elevando para 8,15% a alta acumulada nos primeiros 11 meses de 2016. Com base nos dados de novembro, a estimativa para 2016 é de que o PIB do setor tenha alcançado R$ 203,9 bilhões.
O incremento no resultado se deve à maior produção agrícola e aos preços valorizados em algumas culturas, com destaque para o milho, feijão e a cana-de-açúcar. Do valor total do PIB, R$ 112,7 bilhões serão provenientes da atividade agrícola e R$ 91,18 bilhões da pecuária. O PIB do agronegócio de Minas Gerais responde por 13,87% do PIB nacional do setor.
O PIB do agronegócio mineiro é estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio financeiro da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e apoios operacional e técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (Senar /MG).
Dentre os segmentos que compõem o agronegócio, no acumulado do ano até novembro, foi verificada alta de 2,46% em insumos, 5,75% no primário, 13,1% na indústria e 8,28% em serviços. A coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Geais (Faemg), Aline Veloso, destaca o crescimento da indústria na parcial de 2016, o que é considerado fundamental para agregar valor à produção.
“O crescimento na indústria é muito importante para o agronegócio. A expansão no Estado mostra que o produtor esta pensando na agregação de valor. Acreditamos que as adequações na legislação, anunciada na semana passada através da Instrução Normativa nº5 (IN5), vão fortalecer as agroindústrias de pequeno porte, que poderão ser regulamentadas. Vários setores serão beneficiados e potencializados como o de queijos, mel, carnes, bebidas, doces, entre outros”, explicou.
O resultado positivo do PIB foi puxado pela atividade agrícola. Em novembro, o PIB da agricultura aumentou 2,69%, elevando para 19,4% o crescimento entre janeiro e novembro de 2016. O valor estimado das culturas para 2016, com base nos dados de novembro, é de R$ 112,7 bilhões. Nos 11 primeiros meses de 2016, a agricultura respondeu por 55,28% do PIB estadual do agronegócio.
No mês, foi verificada alta em três dos quatro segmentos da atividade agrícola. O maior crescimento foi no segmento primário (4,09%), seguido pelo de serviços (2,75%) e indústria (2,29%). Somente o de insumos apresentou retração de 1,41%.
No acumulado dos primeiros 11 meses de 2016, o setor de insumos encerrou o período com queda de 3,19%. Nos demais segmentos foram registradas altas de 28,02% no primário, 17,3% na indústria e 19,37% em serviços.
Na comparação anual, o café, principal produto do agronegócio, apresentou alta de 36,23% no faturamento, resultado da safra 36,42% maior. Os preços apresentaram pequena variação negativa de 0,13%.
O faturamento da cana-de-açúcar cresceu 12,23%, estímulo que veio dos preços 12,73% maiores. A produção recuou 0,45%. “A demanda mundial em alta pelo açúcar é um dos fatores que justificam a levação, ainda que a produção de cana tenha ficado menor”, explicou Aline.
O preço pago pelo milho cresceu 53,52%, contribuindo para que o faturamento da cultura ficasse 31,17% maior. A produção, em função da estiagem na segunda safra, recuou 14,56%. A produção 34,72% maior de soja foi fundamental para que o faturamento da cultura crescesse 34,7%, uma vez que os preços ficaram estáveis.
Já no feijão foi verificada alta de 76,27% no faturamento, estimulado pelos preços 71,8% maiores e pela produção 2,6% superior. O aumento de 17,78% nos preços e de 3,87% na produção de batata fez com que o faturamento da cultura crescesse 22,34%.
Michelle Valverde
Fonte: Diário do Comércio de Minas